Capítulo 16

72 3 0
                                    

Após colocar Kaleb na maca, Jonathan sai do quarto. Pego uma cadeira que há no quarto, e a coloco perto da maca. Sento ali, e seguro na mão dele, que repousava ao lado de seu corpo inerte. Penso em alguma música, e decido cantar love me like you do pra ele. Respiro fundo, e entreabro os lábios, deixando com que os versos da música saíam em tom baixo.
You're the light, you're the night
You're the color of my blood
You're the cure, you're the pain
You're the only thing i wanna touch
Never knew that it could mean so much, so much

You're the fear, i don't care
Cause i've never been so high
Follow me to the dark
Let me take you past our satellites
You can see the world you brought to life, to life

So love me like you do, lo-lo-love me like you do
Love me like you do, lo-lo-love me like you do
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
What are you waiting for?

Paro de cantar quando sinto Kaleb puxar a mão. Ergo o olhar na esperança dele ter acordado, mas não. Suspiro, e pego meu celular, que vibrou no bolso. Vejo que é uma mensagem, e entro no aplicativo de mensagens. É da Charlotte.
"Clarie, estou aqui na entrada do hospital."
"Ok, já estou indo aí. Está com dinheiro?"
"Sim, por quê?"
"Vamos tomar um sorvete?"
"Pode ser. Assim você me conta mais sobre esse tal de namorado."
"Tá. Daqui a pouco estou aí. Beijo."
"Beijo. Vem logo."
Bloqueio novamente o celular, e me levanto. Seguro no rosto do Kaleb, e selo os lábios dele. Saio do quarto vagarosamente, e ando pelo corredor até chegar na entrada, e encontrar Charlotte, que acena pra mim. Vou até ela, e a cumprimento com dois beijos no rosto.
- Vamos a sorveteria, então?
- Vamos.
Vamos o caminho todo conversando sobre qualquer coisa. Entramos na sorveteria, e nos sentamos em uma mesa.
- Conte-me tudo detalhado. Nome dele, idade, onde o conheceu.
- Calma, gafanhoto. - ela me fuzila com o olhar - ok, ok. O nome dele é Kaleb Mitchell. Ele tem 18 anos. O conheci naquele grupo de apoio.
- Qual doença, ou deficiência, ele tem?
- Paraplegia.
- Hum.
Um homem alto se aproxima.
- Querem fazer o pedido?
O olho.
- Hã, sim. - digo lendo a plaquinha que tem os sabores de sorvete - quero um de creme por favor.
- Qual casquinha?
- A de chocolate.
Ele anota.
- E você? - diz se referindo a Charlotte.
- Um de chocolate, casca normal.
Ele fica algum tempo anotando.
- O seu - diz apontando pra mim - deu 15 dólares. E o seu - aponta para Charlotte - 8 dólares.
Dou o dinheiro a ele, e Charlotte em seguida. Ele recolhe, e vai pra trás do balcão.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora