A força do amor

Capítulo 38 - Clarie

A Bete, Cristine e Laura percebem que o Kaleb está chorando, e começam a fazer perguntas.
- Ei, calma. Leiam o papel que vocês vão entender. - falo entregando o envelope do exame de sangue pra Bete
Continuo abraçada com o Kaleb, que conversa com minha barriga
- Bom... eu tenho que ir.
- Já, vó?
- Sim, Clarie. Sua tia está doente, então tenho que estar lá pro caso dela precisar.
- Ah, ok. Vai lá, manda um beijo pra ela.
- Pode deixar. Parabéns, Kaleb.
- Obrigado. E então, bebê... - e continua falando com minha barriga
- MEU DEUS!
Dou um pulo na cadeira quando a Bete grita. Percebo que todos estão nos olhando, e meu rosto queima de vergonha.
- Parabéns, você merece!!!
- Obrigada!
- Não acredito! Parabéns, Clarie!
- Obrigada, Cristine.
- Tia Clarie? Você ta grávida mesmo?
- Sim, Laurinha.
- Ê! Eu vou ter alguém pra brincar agora!
- Não exatamente agora, mas logo.
- Ah, por quê não agora?
- Porque ainda não está na hora do bebê nascer, linda.
- Hum... é menina ou menino?
- Não sei, bebê.
- Ei, não sou bebê!
- É sim.
- Sou não. Olha, sou grandona!
- Mas continua sendo bebê.
- Eu não sou bebê.
- É sim, Laura.
- Não sou e ponto final.
- Ok, ok.
- Vocês vão pedir mais alguma coisa?
- Não...
- Posso fechar a conta então?
- Pode.
Olho pro Kaleb, que olha fixamente pra mim
- O que foi?
- É que você é tão linda.
- Não começa com esse mel.
- Mas é verdade. E você vai ser a melhor mãe que existe.
- E você o melhor pai.
- Vamos?
- Sim.
Levanto, pego minha bolsa e entrelaço meus dedos nos do Kaleb. Vou ao lado dele até chegarmos na porta do carro da mãe dele. A tia e a avó vão no outro carro, e a Laura vai conosco.
- Tia, você senta aqui atrás?
- Claro, Laurinha.
Ajudo o Kaleb a sentar no banco de trás depois de por o cinto na Laura, ponho a cadeira de rodas no porta-malas e sento no meio deles. A Laura encosta em mim e põe a mão na minha barriga.
- Oi, neném. Tia, por que ele não responde?
- Porque bebês não falam quando estão na barriga, linda.
- Ah...
Apoio a cabeça no ombro do Kaleb e fico escutando a Laura conversar com minha barriga. Nisso, durmo.
Acordo nos braços de alguém. Abro os olhos e olho pro lado. O Kaleb está dormindo abraçado em mim. Não sei como cheguei aqui, mas isso não importa agora. Olho pro relógio na parede, são dez pras 6 da manhã, e eu com certeza sou a única acordada. Olho pra barriga e coloco a mão nela.
- Bom dia.
Olho pra cima e o Kaleb está sorrindo com os olhos entreabertos.
- Bom dia.
Selo nossos lábios e sorrio
- Como nosso bebê está?
- Bem, eu acho. Mas agora tenho que levantar.
- Não, fica.
- Amor, hoje eu tenho aula.
- Você não pode faltar?
- Não. Hoje é prova, neném.
- Depois você volta?
- Sim.
- Ok.
- Eu já volto pra me despedir de você.
- Antes de sair toma café.
- Tomo no colégio.
Saio da cama e vou direto pro banheiro. Ligo o chuveiro, tiro a roupa e adentro no boxe.
Lavo o cabelo, o corpo e saio. Me enxugo, enrolo a toalha no corpo e vou pro quarto. O Kaleb me olha.
- Quê?
- Nada.
Dou de ombros e ando até o guarda-roupas. Visto a calcinha por baixo da toalha, e depois penduro a toalha na porta do guarda-roupas. Ponho o sutiã, e depois visto uma calça jeans escura, camiseta em um tom branco, moletom com capuz e uma imagem do Mickey na frente, e, atrás, escrito Mickey Mouse. Calço sneaker preto, penteio o cabelo, escovo os dentes e passo batom de cor clara.
Deito ao lado do Kaleb novamente, já que só saio as sete e meia e ainda falta meia hora pra dar sete horas. O abraço de costas, e afago o cabelo dele. Ele fecha os olhos, cochilando. Beijo a testa dele, levanto, pego a mochila e saio do quarto, indo em direção a sala. Encontro a vó dele perto da porta.
- Bom dia.
- Bom dia. Quer carona pro colégio?
- Ah, se for caminho, aceito sim.
- Então, vem.
Vou atrás dela, entro no carro e ela acelera. Em poucos minutos estou na frente do colégio. Me despeço dela, e saio do carro.