Vou até a cozinha, tomo um pouco de água e volto à sala. Pego o controle da televisão, sento na poltrona e ligo a TV. Coloco em um telecine e está passando um filme. Frozen, acho que é isso. Como não assisti antes, presto atenção. Assisto concentrada, até escutar a voz do Kaleb baixa. Olho pra ele, que ainda está de olhos fechados.
— Oi, meu amor. - digo
levantandoAbaixo ao lado dele e encosto nossos lábios. Depois levanto a cabeça novamente e o olho.
— Você está melhor?
Ele discorda com a cabeça. Passo minha mão em seu rosto quente e suado e sorrio fraco.—Vamos tomar um banho, Kaleb.
— Não...
— Sim.
Ele revira os olhos. O ignoro e ando até a cadeira de rodas. A levo até perto do sofá e ajudo o Kaleb a sentar, e logo em seguida a passar pra ela. O ajeito nela e passo empurrando-a pelo corredor. Abro a porta e adentro com ela no quarto. Ando calmamente até o banheiro, ajudo-o a se despir e depois a entrar embaixo do chuveiro.
— Eu já volto. Vou pegar sua roupa.
Saio do banheiro, pego uma roupa qualquer e volto. O ajudo no banho — como faço todas as vezes —, pego a toalha dele e seco ele, colocando a roupa que peguei em seu corpo logo em seguida. Levo Kaleb na cadeira de rodas até fora do banheiro e o deixo perto da cama.
— Minha bexiga está apertando, já volto.
Ando rapidamente até o banheiro, abaixo meu short e me sento no vaso sanitário. Solto o líquido que permanecia em minha bexiga, ficando mais aliviada. Quando termino, me limpo e levanto. Subo o short, fecho o zíper e depois os botões. Aperto a descarga, lavo minhas mãos e saio. O Kaleb está deitado na cama. Dormindo, de novo. Ele é tão, sabe, tão calmo e ao mesmo tão inquieto. Tão lindo, tão meu. Não sei nem como agradecer a Deus por ter colocado-o em minha vida. Percebo que estou sorrindo e balanço a cabeça. Deito ao lado dele e o abraço, sentindo meu corpo esquentar e ele se soltar. Aproximo meus lábios da orelha dele
— Eu te amo muito. - digo tão baixo que acho que ele não escutou, mas não custa nada falar isso, já que é o que eu sinto.
Adormeço abraçada a ele.
Acordo abraçada em algo. Abro os olhos e vejo que é... um travesseiro? Cade o Kaleb?
— Kaleb?
— Eu to aqui.
Dou um pulo e olho pra porta
— Ah.
Ele se aproxima de mim e me dá um beijo calmo.
— Eu ouvi o seu eu te amo. E eu também te amo.
— Fofo, lindo, maravilhoso. Eu te amo mais.— Sem essas discussões clichês, por favor.
— Até que eu concordo com você. Isso é coisa de criança. - digo, rindo
Ele ri também e me dá um selinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A força do amor
De TodoClarie, uma jovem de 16 anos que, apos 1 ano da perda dos pais, e descobrir ter um câncer incurável, decide, agora, frequentar um grupo de apoio. As reuniões do grupo, cujas são permitidas a entrada de pessoas com qualquer tipo de deficiência e doen...