Capítulo 30 - Kaleb

63 3 0
                                    

Acordo sozinho na cama, e olho para os lados rápido. Será que a Clarie...
- Ei, calma.
Ah.
- Pensei que você havia ido embora.
- Mas não fui.
- Como soube que eu estava aqui?
- Fui na sua casa, e seu pai disse que você estava aqui. Mas, por quê veio pra cá?
- A gente brigou.
- Ah... ahn, você vai tomar banho?
- Sim.
- Consegue tomar banho sozinho?
Assinto.
- Mas do mesmo jeito vou ficar com você.
- Então por quê perguntou?
- Ah, sei lá. Vamos logo.
Rio, e ela me acompanha até o banheiro. Ligo o chuveiro, passo pra cadeira de banho, e passo pelo box, entrando embaixo do chuveiro.

{...}

Saio do banheiro pondo as meias, enquanto a Clarie empurra a cadeira de rodas.
- Vamos lá na sala, ou você prefere ficar aqui?
- Vamos na sala...
Ela nos direciona a sala, e me ajuda a deitar no sofá com a cabeça no colo dela. Liga a televisão, e assiste a um filme, enquanto eu brinco com os dedos dela. O celular dela apita, e ela o pega.
- Hum... tenho que ir, amor.
- Ah não, Clarie.
- Tenho que ir no colégio, assinar uns papéis, porque pra poder voltar depois de tanto tempo, tem que assiná-los.
- Tá. Depois você volta?
- Se eu não voltar até as seis, não me espere mais.
- Ok.
Clarie se levanta, deposita um beijo na minha bochecha, pega a bolsa no quarto, e sai pela porta da frente. Me ajeito no sofá com a cabeça na almofada, e fico olhando pra televisão.
- Filho, você não vai tomar café? E cadê a Clarie? Você expulsou ela?
Nego com a cabeça, e sorrio.
- Então foram vocês que estavam fazendo aquele barulho?
- Isso, grita bastante, mãe, assim todo mundo fica sabendo o que aconteceu.
- Ops, desculpe. - fala, levantando os braços, e se aproxima. - bom... você vai comer algo agora, ou prefere esperar o almoço?
- Não estou com fome agora, vou esperar o almoço.
- Tá. - e volta pra cozinha.
Pego outra almofada, e fico a jogando pra cima, até minha avó descer as escadas vestida em uma saia e casaco social, calçando saltos pretos baixos e os cabelos presos em um coque. Olho ela, que vem até mim, beija minha testa, e vai pra cozinha. Consigo escutar ela e minha mãe conversando.
- Clarie veio aqui, e eles reataram, fazendo "amor" logo em seguida.
- Por isso escutei alguns barulhos mais cedo.
- MÃE, VAI SAIR CONTANDO PRA TODOS MESMO?
- Desculpa, filho!
- Kaleb - minha avó se aproxima - deixa de grosseria.
- Eu não tô sendo grosseiro, vó. Ela que sai CONTANDO PRA TODO MUNDO SOBRE O QUÊ EU FAÇO COM MINHA NAMORADA.
- Eu já pedi desculpas.
- Eu tenho que ir trabalhar, Kaleb. - ela beija minha bochecha - tchau. Tchau, Mary!
- Tchau, Clarisse!
- Tchau, vó. - e ela sai.
O meu celular vibra, e eu o pego. É uma mensagem da Clarie.
"Vou passar aí daqui a pouco com minha avó. Ela pediu pra eu te levar pra almoçar lá. Não precisa se trocar, ok? E avisa sua mãe. Beijo, eu te amo."
Respondo.
"Tá, eu também te amo."
E ponho o celular no sofá novamente.
- Mãe. Mãe! MÃE!
- Oi? O quê aconteceu? Você se machucou? - ela estava ofegante.
- Não, mãe. É que a Clarie disse que vai me levar pra almoçar na casa da avó dela, e pediu pra eu te avisar.
- Ah, tá. Qualquer coisa me chama. Vou estar na cozinha.
Assinto, e minha atenção para na televisão, onde passa um filme.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora