Capítulo 35 - Kaleb

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Me deito na cama após tomar banho, e pego o celular. Escrevo uma mensagem pra Clarie: "Me perdoa por ter brigado com você. Não vou ficar falando que não tive motivos só pra fazer você se sentir super bem, porque sabe que eu tive. Mas quero ficar bem contigo, porque ficar de mal, principalmente com você, é horrível. Eu te amo, foi mal.", e envio. Ela visualiza, mas fica offline novamente, me ignorando. Jogo o celular na cama e me ajeito embaixo do cobertor. Quando estou quase dormindo, o celular apita. Abro os olhos rápido e o pego. É uma mensagem dela.
"Quer dizer, não sou eu quem tem que te perdoar, é você quem tem que me perdoar. Eu não quis fazer nada contigo por ter essa frescura de não conseguir fazer as coisas de namorados com meu namorado na frente de pessoas mais velhas. Eu te amo, e olha pra porta."
Dou de ombros e olho pra trás. Ela está lá me olhando.
- Hum, oi.
- Oi. - ela diz se aproximando
- Veio aqui pra dormir, já que tá de pijama?
- Não, não. Vou pra uma festa.
- Sem graça. Agora vem cá.
Ela vem e deita do meu lado. Abraço ela de lado e seguro o rosto dela, a beijando em seguida. Me ajeito embaixo do cobertor e Clarie abraça meu pescoço. Deito a cabeça no peito dela e fecho os olhos, escutando seu coração bater.

{...}

Acordo com vozes vindo da cozinha e uma respiração na curva do meu pescoço. Meus lábios se curvam formando um sorriso e eu abro os olhos, tendo uma visão magnífica: a Clarie dormindo nos meus braços. Acaricio o rosto dela e olho no relógio. Sete e meia da manhã. Não tenho coragem de acordar dela. Então, começo a prestar atenção nas vozes. É minha mãe, minha avó e tem mais uma voz, parece a da minha tia Bete.
Sento na cama e chamo minha mãe. Escuto o barulho da cama e a Clarie logo aparece do meu lado desesperada.
- O que foi? Você ta passando mal? Ta doendo algum lugar?
Rio.
- Não, amor. Eu só to chamando minha mãe pra ela pegar a cadeira.
- Nossa, que susto, Kaleb. Deixa que eu pego. - ela diz levantando
Clarie puxa a cadeira de rodas, me ajuda a sentar nela e depois deita de novo.
- Eu to morrendo de sono...
- Então dorme mais. Qualquer coisa vou estar lá na cozinha.
- Ok.
Saio do quarto, fecho a porta novamente e vou pra cozinha. Trombo no batente e minha mãe olha pra trás.
- Olha quem acordou!
- Oi, Kaleb! Se lembra de mim?
- Oi, tia Bete.
- Que bom que você lembra de... - uma voz de criança a interrompe
- Mamãe...
- Oi, filha. Vem cá.
Olho pra miniatura que vai até minha tia.
- Quem é ele? - ela diz apontando pra mim
- Ele é o primo Kaleb. Lembra que eu te falei dele uma vez?
- Lembro. Mas por que ele ta nessa cadeira?
- Ele sofreu um acidente há alguns anos e agora tem que usar a cadeira de rodas.
- Igual aquele filme que a gente assistiu outro dia?
- Sim.
- Ah... Posso abraçar ele, mamãe?
- Claro!
Minha tia coloca ela no chão, que vem até mim. Abro os braços e ela entra neles. A abraço desajeitado.
- Como é o seu nome? - falo quando ela me solta
- Laura.
- Que nome lindo!
- Obrigada, o seu também é. - e encosta a cabeça no meu peitoral
Envolvo os braços nela novamente e beijo a cabeça dela.
- Bom dia, Clarie!
Olho pra trás e a Clarie está entrando na cozinha.
- Bom dia, Mary!
Ela para do meu lado e se abaixa. Me dá um selinho e olha pra Laura, que também a olha.
- Quem é essa coisa fofa?
- Laura, minha prima.
- Ah... Oi, Laura.
- Oi, quem é você?
- Sou a Clarie, namorada do Kaleb.
- Hum... você é bonita.
- Você é mais.
Laura estica os braços pra Clarie, que a pega. Elas se abraçam e eu sorrio olhando.
- Eu quero te levar pra minha casa!
- Eu até aceitaria ir, mas a mamãe sentiria minha falta, e eu não quero que ela fique com saudade.
- Awn, meu Deus. Que fofa!
- Ei, Clarie, você quer brincar?
- Hum... vou ver com o Kaleb se ele deixa. Você deixa, amor?
- Ah, deixo não. Porque vou ficar com ciúmes.
- Deixa, Leb! Vai, por favor, por favor. - a Laura diz fazendo uma carinha fofa
- Ta, eu deixo. Mas só um pouco. - falo fazendo um gesto pequeno com o polegar e o indicador
- Ê! Vem, Clarie. Vamos brincar com as bonecas que mamãe deixou eu trazer. - ela fala puxando a Clarie pra sala
Rio balançando a cabeça e minha tia se aproxima.
- Que saudade eu estava de você!
- Eu também estava com saudade de você, tia. Você sumiu...
- Eu sei, mas agora voltei e pra ficar, até porque eu me divorciei, aí não tenho lugar pra ficar.
- Então você vai morar aqui?
- Sim.
Converso mais um pouco com ela, tomo café e vou pra sala. Fico olhando a Laura e a Clarie brincando e me aproximo delas. Elas percebem que estou na sala e me olham.
- Amor, me deu uma vontade de ser mãe...
Olho pra ela.
- Que?
- To com tanta vontade de ser mãe, Kaleb.
- Eu também tenho vontade de ser pai, mas não sei se consigo agora.
- Amor, não to falando que quero ser mãe agora. Só me deu uma vontade de ter uma criança me chamando de mãe.
- Nós podemos tentar, se quiser.
Ela assente sorrindo e retorna a atenção a Laura.
- Leb, vocês vão ter um neném?
- Ainda não, Laurinha.
- Ah, tomara que vocês tenham um, assim vou ter alguém pra brincar, mesmo que seja um menino.
- Na hora certa nós teremos, coisa linda. - a Clarie fala.
- Vem brincar com a gente!
- Eu?
- É.
- Ta...
Ponho a cadeira mais perto delas e sento no chão.

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