Capítulo 8

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Já se passaram duas semanas. Duas semanas sem falar com o Kaleb, Ele não tem ido as reuniões, não me liga, eu não o encontro mais. Sinto falta dele... mas não posso fazer nada.
Me levanto da cama limpando as lágrimas, e apago a tela do celular, jogando o aparelho na cama bagunçada. Olho meu reflexo no espelho. Meu cabelo parece um ninho de passarinho. Está cheio de nó, e igual aquelas vassouras quando é muito usada. Estou com olheiras, e minhas bochechas parecem mesmo duas maçãs. Estão enormes e vermelhas. Me dirijo ao banheiro, e tiro o pijama. Quer dizer, a calcinha e o sutiã, porque nem ânimo pra vestir um pijama decente tenho. Ligo o chuveiro, e entro. Lágrimas escorrem novamente, junto com a água. Sento no piso frio e molhado, e me encolho. Soluços escapam da garganta. Levanto, e lavo os cabelos pra tirar os nós. Lavo meu corpo, e desligo o chuveiro. Puxo a toalha, e me enxugo, enrolando no corpo em seguida. Saio do banheiro, e vou até o guarda-roupas. Abro uma das gavetas, e pego uma lingerie, a vestindo. Fecho a gaveta, e abro a porta que fica os vestidos. Pego um vestido acinturado até os joelhos preto com flores vermelhas, e visto. Calço sapatilhas e penteio os cabelos.
Passo corretivo pra tirar as olheiras. Pego minha bolsa, jogando a carteira, documentos e celular dentro. Desço, e saio pela porta da frente, a trancando. Jogo a chave dentro da bolsa, e saio andando.

[...]

Depois de meia hora, vejo que já estou na frente da casa do Kaleb. Sim, vim a pé. Suspiro, e toco a campanhia. Logo a porta se abre, mostrando um Kaleb na cadeira de rodas murcho, pálido, com olheiras mais fundas que as minhas, os olhos deixando a tristeza transparecer. Assim que ele ergue o olhar, vejo que há um brilho em seus olhos.
- Clarie...
Sua voz sai baixa e mansa.
- Kaleb.
Ele me encara, e eu faço o mesmo, até me jogar nele, e o abraçar. Kaleb se assusta e hesita no começo, mas logo retribui, apertando o abraço ainda mais. Ficamos assim, até eu sentir meu ombro molhado. Me separo dele, e ele está chorando. Encosto minha testa na dele, fazendo com que um pouco do choro cesse. Roço nossos narizes, e, em seguida, encosto nossos lábios, fazendo com que um beijo cheio de carinho e saudade comece. Pego nas mãos dele, que até então estava ao lado de seu corpo, e as coloco em minha cintura. Seguro em seu rosto, enquanto nossas línguas dançam uma dentro da boca do outro. Paro o beijo, e me separo do Kaleb, que voltou a chorar.
- Não faz mais isso comigo, Clarie... não me deixa mais.
Passo meus dedos no rosto dele, limpando as lágrimas, fazendo com que ele feche os olhos, e me puxe pra mais um beijo, que agora se tornou salgado por causa das lágrimas.
Nos separamos novamente, e entramos. Encontro a mãe dele sentada na sala, assistindo a algo na televisão.
- Mary?
Ela se vira, e sorri.
- Clarie!
Mary se levanta, e vem até mim, me abraçando. Retribuo o abraço, e apoio minha cabeça no ombro dela. Ela me solta, olho pros lados, e não encontro Kaleb.
- Ele deve ter ido pro quarto... vai lá.
Assinto, e ando pelo corredor procurando o quarto do Kaleb. Encontro uma porta escrito "Kaleb", abro ela, e entro. Kaleb está deitado na cama, olhando pro teto.
- Kaleb...
Ele dá um pulo de susto, e me olha.
- Pensei que havia abraçado minha mãe, e ido embora... sei que fiz...
- Não, esquece isso, já passou.
Me aproximo, e sento na beirada da cama. Ele se apoia nos braços, e senta, quase caindo pra trás. Seguro ele, e o ajeito sentado. Ponho as pernas dele pra fora da cama, e seguro no rosto dele. Kaleb aproxima o rosto do meu, e gruda nossos lábios, dando começo a um beijo desesperado. Ele quase cai novamente, mas o seguro de novo, deitando ele na cama, e me deitando por cima. Ponho as pernas em volta do corpo dele, e me apoio nos braços.
- Eu te amo, Clarie... não te considero apenas uma amiga, quero passar disso, mas quero passar com você, quero ser teu namorado...
Kaleb sussurra durante o beijo. Desgrudo nossos lábios, e fico encarando ele, que mantém os olhos fechados.
- Seja minha namorada, Clarie... seja apenas minha namorada...
- É só você pedir, que serei, Kaleb.
- Então... você quer ser minha namorada? Não prometo te dar anel, colar nem nada... apenas juro que serei-te fiel, e lhe amarei até quando estivermos longe.
- Quero, Kaleb... quero muito ser tua namorada, mas quero ser, também, sua companheira, sua amiga, nem que seja sua amiga do grupo de apoio.
Ele sorri, e abre os olhos, me puxando pra deitar ao lado dele. Abraço Kaleb, e ele deita a cabeça em meu ombro. Sinto a respiração quente dele em meu pescoço, enquanto afago os cabelos dele.
- Fiquei tão maluco essas últimas duas semanas, Clarie... você não tem ideia da saudade que senti do teu cheiro, tua voz, de você...
- Ah, Kaleb, eu fiquei muito mais, pensei em vir aqui me declarar pra você muitas vezes, mas meu orgulho me impediu... desculpe não ter vindo antes.
- Não, Clarie, a culpa disso tudo foi minha.
- Não foi. Foi nossa. Mas isso não me importa muito agora.
- Eu te amo, Clarie!
- Eu te amo mais, Kaleb.
Afago os cabelos dele, enquanto ele faz círculos em minha barriga.

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