Capítulo 13

58 3 0
                                    

Fico olhando Kaleb até adormecer.
Acordo com Kaleb gritando.
- Clarie, não faz isso. Por favor, não... não, não, não. CLARIE!
Abro os olhos, e me sento na maca.
- Kaleb. - sussurro perto dele, e acaricio o rosto.
Ele abre os olhos rapidamente, e consigo ver as lágrimas escorrerem.
- Ei...
Abraço Kaleb, que soluça.
- Meu amor, calma.
Ele me aperta, e continua a soluçar. Olho pra baixo, e vejo uma pequena poça de lágrimas na camisola.
- Clarie... - a voz dele sai em um sussurro quase inaudível.
- O que aconteceu, Kaleb?
Ele volta a soluçar, e eu inclino a maca, encostando, ainda abraçada nele.
- Eu te amo, Clarie, não me deixa...
Seguro o rosto, e olho nos olhos dele, que estão encharcados.
- Ei... não vou te deixar, estou aqui, e vou ficar por mais um bom tempo, ok?
Kaleb assente, mas continua soluçando. O envolvo mais em meus braços, e afago as costas até ele fechar os olhos. Deito a cama novamente, e adormeço.

[...]

- Clarie.
Abro os olhos, e olho em volta. Tem muita gente me olhando.
- O que estão olhando?
- O seu avô...
- O que tem ele?
- Ele... eu sinto muito, ele faleceu essa madrugada.
Fico olhando pro Kaleb, que mantém uma expressão facial preocupada. Me sinto em choque. Ele tenta pegar em minhas mãos, e eu as distancio dele. Sinto as lágrimas brotarem em meus olhos, e escorrerem. Me encolho na cama, e solto meu desespero em soluços silenciosos, e lágrimas infinitas.
- Vocês podem nos dar licença?
Escuto alguns "sim, meus pêsames pra ela" e depois o barulho da porta sendo fechada.
- Clarie...
Levanto da maca, e pego minha mochila. Visto calça jeans, camiseta, e calço tênis. Ponho a mochila nas costas, e pego o celular na mesinha.
- Onde você vai?
- Não é da sua conta.
Encaro ele, que respira fundo. Me aproximo pra beija-lo.
- Nossa... eu queria te ajudar, e você fala isso? Obrigado, Clarie.
- Me desculpa...
Tento o beijar, mas ele se esquiva.
- Eu já volto...
Deixo a mochila no sofá, e saio do quarto. Ando até a saída, e, quando piso na calçada, as lágrimas voltam a escorrer.

[...]

Já são 20:57. Passei o dia nas ruas, encolhida e chorando em alguns cantos. Estou suja, os cabelos cheirando a suor presos em um coque mal feito. Entro no quarto do hospital em que Kaleb está, e tenho a pior visão: ele está no chão, chorando, a roupa com alguns rasgos, os braços com arranhões, tem algumas poças de vômito ao redor dele.
- Kaleb!
Corro até perto dele, desviando dos vômitos.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora