Sesshomaru olhava para aquela humana com sua máscara de frieza habitual e a pergunta que dançava em sua mente era: Como?
Como aquela humana havia encontrado o labirinto? Havia encontrado ele?
-Sesshomaru?! - Ela disse surpresa. - O que faz aqui?
Ele não precisava responder aquela pergunta. Ele não iria responder aquela pergunta!
Kagome recebeu apenas o silêncio como resposta, enquanto percebia a posição "relaxada" do daiyoukai. A camisa social cinza com a gola aberta até quase alcançar o peito, as mangas puxadas para cima, expondo os antebraços e as marcas youkais. O corpo de Sesshomaru estava levemente inclinado para trás, apoiado dos braços, com os cabelos tocando a pedra envelhecida do banco, como se recebesse todos os raios do sol para si.
Kagome percebeu que nunca o tinha visto assim, tão leve... Kagome percebeu que estava com sua boca aberta, graças ao olhar gélido fixo em seu rosto, seguido do levantar irritante daquela sobrancelha sugestiva.
Ela pigarreou antes de dizer:
-Me desculpa se te atrapalhei. Estava apenas passando...
Sesshomaru corrigiu sua postura, sentando de forma reta e depois avançando pouco sobre ela, ainda encarando o rosto da garota.
-Você me sentiu aqui?
Kagome percebeu que aquela pergunta era importante.
-Não! Como eu disse, eu estava apenas passando! Não senti você, ou seu youki, se é o que você quer dizer.
Ele se afastou, novamente, voltando a encarar os raios do sol. O silêncio havia retornado.
Kagome olhou em volta, para os muros de heras mais afastados, e voltou a olhar para ele. Ela olhou para o céu azul com poucas núvens, sentindo o vento suave e gelado, e voltou a olhar para ele. Ela chutou uma pequena pedrinha invisível no chão, levantando alguns raminhos de grama que nasciam entre as pedras daquele delicado jardim... E voltou...
-Fale logo o que você quer! - Sesshomaru disse num ímpeto de revolta por ter sua paz arrancada!
O estrondo fez com que Kagome pulasse em seu lugar graças ao susto, mas a reação foi logo substituida pela raiva.
-Ai seu azedo! Eu não quero nada! - Ela ergueu o rosto para as costas da estátua. - Eu só estava entediada dentro de casa e quis caminhar um pouco. Essa era sua esposa?
A mudança repentina de assunto, assim como o tom da voz, fez Sesshomaru virar a cabeça para o lado, apenas o suficiente para que sua visão periférica encontrasse a estátua.
-Por Towa.
-Uau... - Kagome se aproximou, sentando no mesmo banco em que ele estava, forçando-o a se fastar, pelo menos, dois palmos. - Ela era linda... E forte... Towa deve ter ficado muito feliz com a homenagem.
-Hum...
-É mesmo! Saori já tinha me falado desse lugar! Nossa, não imaginava que fosse tão grande... Esse lugar é lindo, tudo foi tão bem projetado.
-Você não consegue ficar em calada?
Kagome olhou para o daiyoukai, que agora mantinha os braços cruzados sobre o peito e os olhos fechados. Uma beleza esculpida viva... Era o que Sesshomaru era.
Ela se aproximou, de vagar, esticando a mão até tocar levemente nos fios prateados, mas o gesto foi interrompido de forma brusca, quando Sesshomaru abriu os olhos e se virou, segurando a mão da sacerdotisa antes que ela o tocasse.
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Último Sacrifício
FanfictionSete anos se passaram desde que Kagome voltou da era feuldal, não conseguindo mais atrevassar o poço. Ela havia desistido de tentar voltar ao passado e buscou levar uma vida comum, enterrando, assim, seu coração. Mas os sonhos da ultima batalha volt...