Capítulo 4

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Ela olhou mais uma vez para o horizonte, fechou os olhos sentindo a brisa leve que tinha sobre aquela montanha balançar seus cabelos, paz, era tudo o que queria. Nem que fosse por uma fração de segundos... sua vida estava tão cheia, tumultuada que lhe deixava a ponto de jogar tudo pro alto, ah como ela queria fazer isso.

Se pudesse já teria fugido dali. Disse bem se pudesse, afinal de contas ela não podia nada agora, nem seu próprio corpo lhe pertencia, era tudo dele, tudo que fosse fazer tinha que ser por ele, sentia-se como um objeto que é jogado de um canto para o outro sem ao menos se importarem com sentimentos ou fragilidades, de certa forma era isso que era... o brinquedinho do senhor Cullen, que sabe satisfazê-lo que o obedece acima de tudo.

Pobre das moças que um dia pensaram que se casar com Edward seria um sonho de princesa, quantas mulheres não morreriam para ter se casado com esse homem? "Pobres moças, pensou Bella", as manchas arroxeadas em seu corpo demonstravam perfeitamente a forma,'delicada' como Edward a tratava, era tanta brutalidade. Bastava tocá-la para conseguir lhe machucar, Bella se xingou mentalmente por ter nascido tão fraca e delicada, levantou-se e parou em frente ao picadeiro da montanha, e se ela pulasse dali será que tudo acabaria?

Isabella deu um passo à frente fazendo as pedrinhas que estavam bem à frente do picadeiro rolarem para baixo, alto, pensou abaixando os cílios para que pudesse observar. Seu real desejo era estender os braços e mergulhar naquele buraco, parecia uma ótima saída, mas faltava- lhe coragem... respirou fundo sentindo o cheiro das pedras molhadas invadirem suas narinas, sorriu.Parecia que a brisa fazia carinho em seu rosto, deu mais um passo a frente prestes a cair quando sentiu uma mão puxando-a para trás com brutalidade.

– Enlouqueceu – ele gritou – estava prestes a cair – ela piscou os olhos o encarando, seu corpo tremeu de uma forma que mal conseguia se mover, logo pode perceber que o céu ficara escuro, totalmente nublado, e a brisa leve de segundos atrás já se transformara num vento violento

– Deus, está tremendo – murmurou Edward segurando em seu braço – vamos voltar pra casa agora mesmo – Agatha não disse nada apenas sentiu seu braço ser puxado pelo marido, a carregando até em casa, a chuva os pegou na metade do caminho por isso chegaram à mansão completamente encharcados. Ela tremia, seu corpo pequeno e delicado balançava pra cima e para baixo, seus lábios roxos e cabelos grudados na pele dificultavam ainda mais.

– Cristo Bella, queria o que se matar, não faça isso. Você sumiu a tarde toda – ele esbravejou subindo as escadas ainda arrastando a garota.

– Me-ee-e desculpe – ela disse batendo os queixos, Edward bufou.

– Melhor tirar essa roupa molhada antes que pegue uma gripe – ela assentiu seguindo até o banheiro e tomando um banho quente, colocando roupas secas, quando saiu pode perceber que ele já tinha feito o mesmo.

– O que estava tentando fazer na beirada daquele picadeiro? – perguntou

– Por que não me deixou lá, você é sempre você – explodiu a pequena Bella

– Eu te salvei e é desse jeito que me agradece – resmungou

– Salvou? – ela riu sarcasticamente – se você não tivesse aparecido em minha vida eu não estaria com a maluca vontade de me jogar daquele lugar – ela tapou o rosto com suas pequenas mãos – Deus o que será que eu fiz? – perguntou a si mesma baixinho, Edward piscou os olhos

– O que está dizendo?

– Estou dizendo que te odeio Cullen, odeio – ela fez uma careta a encarando

– Pare de drama e não grite comigo, odeio que gritem comigo, eu apareci na sua vida e vou ficar nela para sempre, porque não se conforma de uma vez – ela segurou em seu braço a trazendo para perto, ela gemeu espremendo os olhos – o que foi ele perguntou olhando para seu braço, ele olhou mais uma vez – o que foi isso? – perguntou vendo alguns hematomas arroxeados na pela da garot.

– Ora não se faça de desentendido, foi você – ele piscou a encarando, mas antes de dizer alguma coisa foi interrompido pelo criado que acabara de anunciar a chegada de Carlisle. Edward franziu o cenho e se perguntou o que seu pai fazia ali?

As Dores do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora