Capítulo 6

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Abriu levemente os olhos encarando a janela aberta, o sol batia no seu rosto deixando os olhos cor de amêndoa miudinhos, sentiu o braço quente em volta de sua cintura, olhou para trás encarando-o. Ele dormia tranquilamente com o rosto enfiado entre os cabelos castanhos acobreados da esposa e a mão agarrada possessivamente sobre a barriga da garota. Ela se remexeu sobre a cama tentando se levantar sem acordá-lo, impossível, a mão dele pressionou levemente sua barriga a impedindo de sair.

– Aonde vai? – sussurrou com a voz extremamente rouca e brutalmente sexy de quem acabara de acordar, ela permaneceu calada sem saber o que dizer, ele bufou a virando para o lado para que pusesse encará-la. Ainda de olhos fechados lhe disse – porque nunca responde as minhas perguntas, o que é... tem medo por acaso? – ela emitiu um som confuso se remexendo sobre os lençóis

– É-ee – gaguejou – sim eu tenho medo – admitiu – se eu disser algo que não goste, você vai ficar bravo comigo – ele abriu os olhos a encarando com as bolotas castanhas, o diminuiu pressionando as pálpebras

– Como? – disse confuso

– Às vezes você fica bravo, eu ao menos sei o motivo – ela suspirou

– É o meu jeito, terá de se acostumar – grunhiu levantando de leve a cabeça

– Esta bem – respondeu o encarando – mas ontem – fez uma pausa – você foi...diferente – suas bochechas brancas ganharam um tom de rosa junto com o sorriso de canto exibindo a covinha em sua bochecha.

– Gostou? – a encarou arqueando a sobrancelha, ela balançou a cabeça – gostou daquele meu jeito? – sussurrou próximo ao seu ouvido

– Sim – ela sorriu, ele a puxou para perto mordiscando a pele de seu pescoço depois a chupando eroticamente. Bella tombou a cabeça para trás apertando os braços de Edward, mordeu seu lábio inferior fechando os olhos, sentiu o hálito quente dele chocar-se contra sua orelha depois os seus dentes a puxarem um pouco forte, não muito.

–Hummm – sussurrou –só quero que saiba Bella, homens bonzinhos e carinhosos não combinam comigo, eu sinto muito, mas não sou assim...terá de se acostumar – ela se afastou dele encarando seu rosto. Ela assentiu devagar, encarando-o temerosa, ele falava sério...muito sério! Ela teria de se acostumar com aquilo.

Ele se levantou seguindo para o banheiro, se arrumou rapidamente sem ao menos olhar para a esposa, ela se levantou segundos depois dele ter deixado e quarto e se trocou, desceu as escadas em direção a cozinha e começou a tomar seu café da manhã

– Bom dia senhora – disse Marie sorrindo

– Bom dia – respondeu sentando-se a mesa

– O senhor Cullen acabou de sair – Isabella a encarou assentindo sem animo algum

Terminou seu café, e seguiu para o lado de fora, decidida a caminhar pelas redondezas. A fazenda era cheia de paisagens belíssimas, a deixavam tranquila e principalmente longe da realidade.

Andava distraída entre uma árvore e outra, sentindo o ar puro entrar em seus pulmões, os passarinhos voando sobre sua cabeça, borboletas, animais terrestres, tudo tão lindo. Acabou se distraindo, quando pode sentir que acabara de pisar em algo gelado deu um gritinho histérico pulando para trás quando finalmente pode sentir dois braços quentes a puxando para cima.

Antes mesmo de olhar para ver quem era, sentiu todo o corpo tremer e acabou se embalando em uma pequeno tormento com sua mente, quem seria este ser?

– Cuidado senhorita – disse o homem forte, a segurando firmemente, ele deu um passo a frente tirando o bicho asqueroso do caminho. Bella observou a cobra rastejar para longe e deu um pulo para trás

– Céus nem vi isso ai no meio – balbuciou de olhos arregalados

– Senhorita não deveria caminhar por ai sozinha, tão bela e delicada pode se machucar – ela corou

– Só estava dando umas voltas, acabei me distraindo – ele balançou a cabeça

– Venha por aqui, vamos sair desse mato – ela assentiu o seguindo

Caminharam alguns metros até estarem fora da pequena mata fechada, minúscula na verdade. De longe podia se avistar a mansão Surita, Bella virou o rosto suspirando pesado olhando para o horizonte

– Algum problema? – perguntou gentilmente – és uma Cullen?

– Sou casada com um – sussurrou

– Casada? – disse assustado – com qual?

– Edward

– Deus – balbuciou – logo esse?

– Sim – resmungou Bella

– Ele é perverso... me parece tão frívolo, uma pessoa morta por dentro. Como conseguiu conquistá-la?– Bella sorriu sem humor sentando-se em uma pedra – Não conquistou não é? Só porque ele tem dinheiro acha que pode tudo – disse entre dentes semicerrando os olhos claros

– Ele pode – respondeu ela firme

– Você pode lutar para que não – disse sorrindo e segurando em sua mão. Por um momento ela pensou em sorrir, mas logo se lembrou que mal o conhecia

– Quem é você? – perguntou Isabella fitando os olhos do homem a sua frente

– Sou James, ao seu dispor... – ele sorriu – qual seu nome?

– Sou Bella, Isabella – um sorriso maroto brincou no rosto dele logo em seguida disse:

– Bella, combina com você – ela corou mais uma vez e derrotada admitiu sua atual situação

– Sou como uma formiga perto de um leão, ao lado de Edward. Ele pode me pisotear a qualquer momento – ela se levantou virando de costas – preciso ir... – ele segurou seu braço a virando para que pudesse fitar as orbes cristalizadas dela.

– Que tal um passeio a cavalo amanhã de manhã? – ela balançou a cabeça negativamente pressionando as pálpebras, deixando seus olhos miudinhos – por favor, é só uma distração, não tomarei seu tempo.

– Esta bem, esta bem – respondeu suspirando – ate amanhã - ela gritou já de longe, acenou sorrindo depois se virou correndo em direção a mansão, chegou lá poucos minutos depois um pouco ofegante.

– Senhora Bella, o que aconteceu? Porque demorou tanto?

– Acabei perdendo a noção do tempo Marie – ela sorriu dando goles no copo de água

– Senhor Edward esta um pouco furioso – balbuciou, Bella abaixou os ombros e massageou as têmporas

– Nunca vi um dia que ele não esteja – sussurrou seguindo para sala onde seria servido o almoço, sentou-se a mesa olhou para Edward sentado do outro lado por alguns instantes, depois voltou atenção ao seu prato comendo silenciosamente, e assim seguiu até o fim da refeição.

As Dores do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora