As Dores do Silêncio

Capítulo 14

Flash back (on)

Ele ainda olhava feito bobo para a garota, seu sorriso era tão diferente de qualquer outra que ele já vira, ela parecia ser um pouco mais nova, porém o corpo já era bem desenhado e perfeitamente escultural. A criada sorriu para ele

— Pare de olhar desse jeito pra ela, querido. Vai acabar assustando-a – sussurrou gentilmente.

— Hã, do que está falando Joana? – perguntou desconcertado, a mulher de cabelos brancos sorriu.

— Ela é linda, e seus olhos me dizem que será sua escolhida.

— Ela não deve nem saber se sentar a mesa – ironizou.

— E o que importa quando isso – pois a mão sobre o peito do garoto – grita, suplica e chora muito mais alto que sua mente – o garoto arregalou os olhos – sua mãe era muito mais pobre que essa moça querido, e ainda assim viveu muito bem ao lado de seu pai.

— Não é o que ele diz – grunhiu Edward.

— Ele a amou, amou muito, mais infelizmente os pecados dele foram todos jorrados em cima dela Ed, não deixe que isso aconteça com você! – ele balançou a cabeça..

— Não entendo Joana, eu mal a conheço e já...

— Edward, sua mãe não está aqui hoje...mas é meu dever lhe dar esse aviso, ela sempre quis que a mulher com que você se casasse fosse digna de estar ao seu lado. Realize o sonho dela e escolha alguém que faz seu coração galopar

— Meu pai jamais permitiria – indagou.

— Seu pai está cego, depois da morte de Esme ele jamais foi o mesmo. Mas o esqueça, lute com suas próprias armas – ele pareceu pensar por alguns minutos e logo suspirou.

— Qual é o nome dela?

— Bella, Isabella Swan!

Flashback (off)

O sol começava a raiar na mansão Cullen, Edward se levantou e seguiu até a cozinha, passou a noite trancafiado em sua biblioteca, depois da visita noturna a sua esposa não teve mais forças para ficar naquele quarto sem ter a vontade de agarrá-la.

Marie colocou as coisas para o desjejum sobre a mesa apressadamente, parecia eufórica. Edward suspirou.

— O que aconteceu? – ele sussurrou.

— Nada, senhor...

— Diga logo de uma vez, meu humor não está nada bom! – grunhiu, a mulher suspirou

— A senhora Bella está...ardendo em febre! Desde o amanhecer! – Edward engoliu em seco.

— E porque ainda não chamou um médico? – gritou.

— Não sabia se era do seu desejo senhor... – Edward sentiu o sangue ferver.

— Como? – grunhiu – De onde tirou esta idiotice, ela está doente. Não quero que minha esposa morra, sua imbecil!

— Oh desculpe-me senhor Cullen, mas é que ontem o senhor estava tão furioso que achei que não a aceitaria mais dentro desta casa. Desculpe-me, pedirei para Edgar chamar um médico imediatamente.

—Vá, vá depressa... – Edward suspirou vendo a mulher sair apressadamente dali e parou por alguns instantes para pensar.

Relutante ele subiu as escadas ainda com as lembranças de anos atrás em sua mente, quando ele era apenas um adolescente... era inútil muito inútil ficar negando que fora desde aquele bendito dia que seu destino fora traçado, ele sabia. Era ela, ele a queria, desejava, mais que qualquer outra coisa.