Capítulo 9

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– Bella, senhora acorde – sussurrou Marie a empurrando de leve, Bella a fitou com os olhos castanhos por alguns segundos em seguida se levantou esfregando-os

– O que aconteceu Marie? – perguntou bocejando

– O senhor pediu que lhe acordasse, para o café – a pequena franziu o cenho – lá em baixo senhora, ele lhe espera! – Bella sorriu de canto levantando-se, talvez o que Edward tinha lhe dito na noite passada fosse realmente à verdade, ela só não deveria ter muitas esperanças disso.

Arrumou-se colocando um vestido diferente penteando os cabelos, e desceu em direção a sala de jantar, Edward a encarou por alguns segundos e depois voltou a tomar seu café normalmente

– Por que me deixou sair do quarto? – perguntou com medo de fita-lo, ele pigarreou remexendo-se na cadeira.

– Só aceitar, sem querer saber o porquê não é mais fácil? – disse firme, Bella suspirou e voltou a brincar com seu café, não comeu muita coisa, ficou só olhando para as coisas sem ter vontade nenhuma de colocá-las dentro da boca.

Logo ele se levantou e saiu sem dar satisfações, ao cair da noite já cansada de esperá-lo Bella foi para a cama.

Edward se sentiu fascinado quando entrou em seu quarto e avistou aquela bela cena, seus olhos cor de mel se fixaram em um só ponto do quarto...

O lençol branco cairá delicadamente sobre as coxas torneadas de Bella, o quarto sendo iluminado por um raio e outro da chuva raivosa que caia do lado de fora. Ela respirava pesado dormia tranquilamente...daquele jeito delicado, doce que só ela conseguia ter. Numa noite como todas as outras, pela primeira vez ele finalmente parou para observá-la os cabelos castanhos, a pele clara, a boca pequena, mas rosada e tão chamativa, ou melhor, convidativa.

Um trovão ecoou pela casa fazendo a pequena se levantar assustada, olhando para os lados tremeu sentindo o vento bater em seu rosto, a janela de madeira ia de um lado para o outro batendo contra a parede. Edward seguiu até lá fechando a mesma, ela piscou o encarando, ele então finalmente foi até a cama se enfiando debaixo das cobertas.

— Medo de trovão? – perguntou baixo, ela assentiu abraçando os joelhos se encolhendo

— Meu pai e-ele costumava ser muito cruel nos dias de chuva, quando eu era menor...ele ficava bêbado e dizia que talvez num dia desses eu iria embora junto da tempestade assim como a minha mãe – Edward abriu a boca tentando entender o que a garota acabara de lhe dizer, sem saber nem conseguir engolir, ou digerir aquela história ele tentou se aproximar, mas recuou hesitante com medo da reação dela.

— Ele dizia isso? – a pergunta sairá quase como um ruído, com a voz falha, travada

Ela balançou a cabeça fechando os olhos, lábios comprimidos, gemeu levemente tentando livrar-se de todas as lembranças

— Alguma coisa me sufoca, é como se tudo quisesse me fazer mal, eu não consigo entender, não consigo. Não consigo respirar, estou sem forças – os olhos presos a parte escura do quarto, como se tudo em sua vida fosse preto, sem cor, o corpo tremia, assim como a parte inferior dos lábios de Bella iniciando um choro baixo.

Edward não sabia o que fazer, queria consolá-la, mas como receber consolo daquele que nunca lhe tratou bem, de um monstro? Isso seria inútil, mas ainda assim não negou a seus instintos a abraçou forte como se a impedisse de fugir, como se quisesse tê-la ali para sempre.

— Feche os olhos respire fundo, nada lhe impede de respirar – sussurrou, ela fez o que o marido mandou tentando cessar o choro, comprimiu os lábios impedindo-os de tremerem se agarrando ao colo do garoto buscando proteção, buscando segurança

As Dores do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora