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"Todos os carinhos que tivemos, todos os risos que demos, todos os momentos que vivemos, todas as promessas, todas as trocas de olhares e sorrisos e o simples facto de já fazeres parte da minha rotina diária fez me acreditar que talvez pudéssemos acontecer... Aliás tínhamos tudo para ser mas não fomos nada."

Afonso Gonçalves

Entramos dentro do meu carro e eu coloco no GPS a morada, seguimos por algumas ruas e quinze minutos depois estamos a porta de uns enormes portões castanhos escuros, coloco o pin na entrada e o portão abre-se para nós, começamos a percorrer um grande caminho de árvores, a volta vê-se árvores e relva, que casa grande, continuamos pelo caminho e passamos por um senhor de meia idade.

-Desculpe pode dizer-me onde é a garagem? -O Alex pergunta

-Sim, sempre em frente, depois de passarem a casa grande.

Seguimos caminho e avistamos uma casa enorme, uma mistura entre o antigo e o moderno, toda branca, cheia de vidros, a cara da Ireland, e entramos num portão que se abre ao clique do comando, a garagem é subterrânea, quantos carros é que ela tem aqui? Jesus.

-15 carros, mas tem lugar para 30. -O Alex diz ao sair do carro.

-Recebi uma mensagem tenho que voltar a empresa e pegar em algo para trazer para aqui, vemo-nos em meia hora.

-Vou conquistar a tua morena. -O Alex diz sério.

-Não sei do que falas bastardo.

Coloco o carro em movimento e vou saindo da residência, o Alex é como um irmão para mim, a mãe do Alex era a melhor amiga da minha mãe, só que morreu num acidente de viação, o pai dele naquela altura entrou no jogo e na bebida e faliu a empresa dele e acabou por se suicidar, então a minha mãe adotou o Alex, sempre fizemos tudo juntos, festas, escolas, férias, considero-o um irmão de verdade. Chego a empresa e pego num envelope castanho claro que me entregam e pedem-me que leve a casa da Ireland, volto a entrar no carro e sigo o caminho de novo, quinze minutos depois chego lá e vejo um porsche cayenne preto estacionado na entrada da casa e a porta aberta, percebo que algo está errado, entro pela casa dentro e ouço um grito abafado.

-Eu preciso da sua ajuda. -Uma senhora de meia idade diz praticamente a chorar

-Em que posso ajudar ?

-Ele levou-a para o quarto, ele vai fazer-lhe mal , vá lá cima, impeça.

Atiro para o meio do chão o envelope e começo a subir as escadas, encontro o corpo do Alex caído no meio do chão, chego ao pé dele e vejo que ainda tem pulso, corro pelo meio do corredor e encontro uma porta aberta.

-Larga-me eu tenho nojo de ti, não me toques. -Ouço a voz da Ireland

-Anda cá minha vadia, nunca foste por bem, mas hoje vais por mal.

Pego na minha arma e entro pelo quarto dentro, o retrato do que estava a acontecer era horrível, ele só de boxeres e a Ireland apenas de calças.

-Eu se fosse a ti tirava as mãos de cima dela agora. -Eu digo, mas nem foi porque eu gosto dela, foi mesmo porque nenhum homem deve fazer mal a uma mulher.

-E quem és tu? -Ele diz apontando um dedo para mim.

-Sou aquele que consegue partir esse dedo em seis maneiras diferentes se não te afastares agora dela. -Eu digo e naquele momento o otário que eu não sei quem é agarra na Ireland e atira-a para o meio do chão, ela perde a consciência de imediato. E eu parto para cima dele, entre socos e muros, consigo atingi-lo e leva-lo ao chão.

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