Marcas do passado ✔️

18.

"Quando eles se conheceram não foi nenhuma história de amor à primeira vista, não foi nenhum beijo roubado perto da meia-noite, não foi nenhuma aventura louca nem nada parecido, muito antes pelo contrário!"

AFONSO GONÇALVES

Olhei para a Ireland que olhava para o carro sem deixar transparecer nada.

-Então querida não gostas-te ?

-Gostei, mas este carro custa uma fortuna !

-Trabalho para isso.

Vejo a Ireland despedir-se da mãe e de mais alguns convidados e entrar dentro de casa.

-A Drª precisa e mais alguma coisa hoje ? -Pergunto visto que os meus homens encontram-se dentro de casa.

-Alguém que leve os presentes para o andar de cima e os coloque na sala. -Ela vira as costas e entra no escritório dela. Vejo a equipa de limpeza entrar e começar a limpar o jardim, e as partes da sala que ficaram desarrumadas. Voltamos a posicionarmos-nos nos nossos postos de segurança. Bato a porta do escritório da Land.

-1 minuto por favor. -Entro na mesma. -Qual foi a parte do minuto que não percebeu ? . -Ela diz da casa de banho. O escritório dela é azul escuro com uma grande secretária em vidro no meio, de um lado tem uma estante a ocupar a parede toda, e percebo que só tem livros de administração, por trás da grande cadeira dela tem um quadro com uma grande paisagem. -Que fazes aqui ? -Ela diz e percebo que mudou de roupa, tirou o vestido vermelho e vestiu uns calções de ganga e uma blusa branca.

-Eu vim ver como estavas

-Estou bem, só não contava que a pessoa que me ignorou, que me deixou partir, que nunca me visitou, que não lutou pela nossa relação, me oferece-se um presente. -Ela diz, vejo a confusão no olhar dela, o meu telemóvel toca.

-Afonso

-Fica com a Ireland o António forcou os portões e entrou agora. - Vou até a porta e tranco-a, agarro na minha arma e mantenho-me na porta.

-O que que aconteceu ?

-O teu ex namorado veio trazer-te uma prenda! - o os olhos dela correm tudo, vejo medo. -Eu estou aqui, ele tem que passar por está camada de músculos. -Os olhos dela percorrem o meu corpo, e ela morde o lábio inferior. -Se me continuares a comer com os olhos não vou poder fazer o meu trabalho. -Ela começa a corar.

Ouvimos batidas na porta.

-Não me podes proibir de falar com a Ireland. -O António diz do outro lado, decido abrir a porta. -Nós precisamos de falar a sós.

-Não nós não precisamos de falar, foste um cobarde ao teres-me tocado, espero que nunca mais tentes entrar dentro de minha casa pois a próxima vez que eu te vou ver vai ser no tribunal.

-Tu sabes quem ele é Land ?

-Para ti é Drª Vasconcelos, claro que eu sei quem ele é.

-Ele só está a fazer isto para ganhar dinheiro, ele vai fazer com que te apaixones, e no fim vai deixar-te, vai voltar a fazer aquilo que te fez há 10 anos. - vejo a Ireland levantar-se

-Ele pode fazer o que quiser, mas ele pelo menos nunca me bateu.

-Eu bati-te e voltava a fazer. -Estava a segurar-me a muito tempo parto para cima dele, e estrategicamente dou-lhe socos em sítios que vão parecer que ele caiu. Agarrei nele pela camisa branca e arrastei-o porta fora.

-Levem-no a casa. -Digo e viro costas para voltar para dentro. A Alana, a Lorena e a Maria já tinham ido dormir, mas com aquela confusão vejo-as nas escadas. -Está tudo bem, podem voltar a dormir.- Entro no escritório mas ele está vazio, encontro a Land sentada em frente a piscina interior.