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Luara

Acordei com muita dor de cabeça, olhei ao redor e percebi que estava no chão do banheiro. Lembrei da noite passada que havia brigado com minha mãe e olhei para meus braços que estavam com cortes fundos manchados com sangue seco.
Levantei me despi e fui para o chuveiro. Me troquei olhei a hora, já estava quase na hora de eu ir pra escola, então me deitei na cama para esperar. Senti minha cabeça lateja com muita força, e vozes soando lá no fundo.

Burra... Imprestável... Gorda... Feia... Estranha... Morra...

Lagrimas brotaram em meus olhos, mas me mantive firme, peguei meus fones coloquei numa playlist, joguei a mochila nas costas e sai.
Chegando na escola sem pensa duas vezes fui direto pra minha sala, não queria ficar olhando para aquelas pessoas vazias por muito mais tempo. Sentei no mesmo lugar de sempre, uma carteira no fundo ao lado da janela, logo todos foram entrando juntamente ao professor.
Mesmo que eu não tenha amizade com ninguém, eu conhecia todos os alunos, menos um que havia entrado a quase uma semana. Ele era diferente, não falava com ninguém, seus cabelos negros e seus olhos escuros escondiam segredos jamais revelados.
Tentei me perder em meus pensamentos e fazer as atividades passadas pelo professor, mas era quase impossível, sempre voltava a olha-lo. O sinal do intervalo bateu e eu corri para o banheiro ouvindo risadas e apelidos nada carinhosos pelo caminho. Fechei a tampa do vaso e me sentei.
Comecei a chorar baixinho, abri a capinha do meu celular e peguei uma lamina que lá estava e comecei a me cortar, o sangue escorreu e começou a pingar no chão mas não ousei limpar. Fiquei lá o intervalo inteiro e ouvi o sinal tocar para voltar para sala, limpei minhas lagrimas, puxei a manga da blusa e sai. Assim que fui virar pra ir pra sala dei de cara com alguem.

— Me...me desculpe. — Disse com dificuldade e com vergonha.

— Sem problemas. — Ouvi sua voz, era rouca e baixa quase um sussurro. Olhei para cima tentando ver seu rosto e senti um frio na barriga.

O novato assustador.

Ele psicopata, ela suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora