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Luara

— O que tem Pedro? O que ele fez pra você? Quem é você? — Praticamente gritei, ele passou a mão nos cabelos e me observou.

— Gustavo, eu e Pedro crescemos juntos. Em uma de nossas brincadeiras descobrimos esse lugar. — Ele olhou em volta. — Só que era ocupado por viciados e mendigos. Foi um dia que viemos aqui e um dos usuários de droga veio arrumar encrenca conosco, eramos crianças quem iria ter medo de nós? Pedro me puxou para irmos embora, mais eu não quis. Eu não tinha medo de nada e quando um deles deu as costas eu peguei um pedaço de lasca de madeira e cravei em suas costas. — me espantei e comecei a chorar mais e mais.

— E por que fez aquilo? — Perguntei.

— Não sei, senti vontade. Pedro me puxo e saímos correndo de lá, e no outro dia eles não apareceram mais. — Risos. — Mas isso não parou por ai, Matamos os cachorros do nosso vizinho Sr. Germman, todas as vezes que passávamos por lá ou eles latiam ou corriam atrás de nós.... — Ele deu uma pequena pausa. — Matamos o nojento do meu padrasto que sempre batia em mim e em minha mãe.

— Quantas pessoas vocês mataram? — Ele riu com minha pergunta.

— Várias é a resposta correta, Pedro apenas me acobertava e observava, algumas vezes ele ajudava, mas eu podia ver o medo em seus olhos.

— Mas se eram tão amigos, por que estou aqui? Por que tentou matar ele? Se e que já não matou — Abaixei a cabeça imaginando o pior.

— Não o matei, ainda. Com o número de mortes crescendo, cresceram também o número de polícias a procura dos criminosos. E como eramos crianças, não sabíamos que tinha que nos preocupar com as digitais. A policia bateu na minha porta alegando ter achado DNA de um membro de nossa família, e descobriram que era meu. Pedro observou tudo da janela de sua casa enquanto eu era preso e encaminhado há um manicômio.

— Por que não disse que você não matou sozinho?

— Ia fazer diferença? Não. Com os anos tomei uma raiva absurda dele, 10 anos interrado naquele hospício. Eu estava louco pra sair e matar Pedro, consegui sair ano passado e descobri onde ele morava.

— Mais o que eu tenho haver com isso? Eu não fiz nada pra você! —Ele debochou.

— É ai que você entra doçura. — Ele se levantou e ficou alisando a faca em sua mão andando de um lado para o outro. — Sem que percebessem, já os segui por diversos cantos. Pedro tem sentimentos muito fortes por você e essa é a melhor parte. Pedi para que ele resolvesse uns probleminhas para mim e cobrasse umas dividas se não eu te mataria.

— Você mando ele matar mais pessoas?

— Aprende rápido, menina. — Revirei os olhos. — Mas isso é pouco, quero ver Pedro sofrer muito, e pra isso terei que machucar você lindinha. — Meu corpo gelou, Gustavo se aproximou e começou a alisar meu rosto, e com a faca fez um pequeno corte na superfície da minha bochecha eu dei um pequeno suspiro e gemido de dor.

— Solta ela, ou eu acabo com você. — Aquela voz baixa e rouca me trouxe um grande alívio.

— Sabia que viria grande Pedro. — debochou Gustavo.

Ele psicopata, ela suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora