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Pedro

Luara me chamou para entrar, segui ate seu quarto. As paredes brancas e a do fundo um roxo vivo, vários desenhos pregados na parede roxa, me aproximei para vê-los mais de perto, todos eram diferentes mais idênticos. Em todos haviam uma menina, num ela estava de costa com um aroma depressivo, num outro ela estava com as mãos no rosto e seus braços cheios de riscos simbolizando cortes, num outro ela estava deitada no chão "morta" e um de seus pulsos com sangue. Eu Fechei os olhos não querendo ver os outros desenhos e imaginando Luara em todas as cenas.

— Você que desenhou? — Perguntei ainda com os olhos fechados.

— Sim. — abri os olhos e me virei para ela.

— Luara por que? — Disse num tom baixo mais ela ouviu e sentou na cama já não contendo o choro.

— Você não sabe o que é acordar se culpando por um acidente que você na verdade não teve culpa. Você não sabe o que é ser humilhada pela sua própria mãe todos os dias... "Idiota, ordinária, burra, inútil, imprestável"... Não sabe o que é ser odiada por todos e até por si mesmo. — Eu fiquei intacto, não tinha reação, e ela chorava a ponto de soluçar, aquilo realmente a fazia mal, e ela só queria colocar um fim em seu sofrimento. Sem pensar duas vezes eu a abracei, e ela chorou ali nos meus braços.

— Calma pequena, não vou deixar nada de mal lhe acontecer, eu vou te proteger. — Ela levantou a cabeça e me encarou, seus olhos cheio de lágrimas, sua expressão depressiva me matava por dentro.

— Você não pode. — Finalmente ela disse, com sua voz fina, suave e delicada. — Entenda que sou como uma bomba relógio, a qualquer momento posso explodir e machucar quem estiver por perto, eu não quero fica aqui e não... Posso... — Puxei ela pra mais perto e a abracei calando suas próximas palavras.

Ele psicopata, ela suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora