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Luara

Já estava me recuperando bem, eu acho. Os médicos dizem que foi um milagre eu ter voltado a consciência, eu já não digo o mesmo, talvez o fato de eu ter acordado tenha um real sentido, ou até mesmo um nome.

Pedro sempre esteve ao meu lado e nunca me deixou sozinha desde que nos conhecemos. Nesse momento? Ele esta me observando fazer o tratamento de fisioterapia, as vezes eu olho pra ele e vejo seus cabelos caídos em sua cara, seus olhos negros como a mais profunda escuridão e seu lindo sorriso macabro.

Já faziam 20 dias que eu acordei do coma e estava me recuperando bem, já conseguia comer com mais facilidade e até me arriscou a dar alguns passos largos sem apoio, aquilo era ótimo sem duvidas. Victória minha mais nova amiga, vinha me ver diariamente e até mesmo minha mãe que nunca se importou comigo, me espantei quando pela primeira vez me tratou com educação e até me chamou de "filha".

Mas voltando no agora, treinar pernas nunca foi meu forte. Só que era preciso se eu quisesse voltar a andar, Pedro ria ao ver minhas caretas de tédio e antipatia.

— Pronto Luara, por hoje já está ótimo. — Disse o tutor.

— Ufa! Achei que nunca acabaria. — Risos, sai de lá e caminhei com um pouco de dificuldade em direção a Pedro.

— Você está indo bem. — Pedro estava perto de uma porta com os braços cruzados.

— Não me admiro. — Rimos.

— Está com fome? — Meus olhos brilharam com essa pergunta.

— Muita.

— Então se arruma e me encontra na portaria do hospital. — Com um sorriso de badboy, Pedro sumiu pelos corredores.

Fiz o que ele pediu, uma enfermeira com quem tinha bastante intimidade me ajudou a tomar banho e colocar algumas peças largas que minha mãe havia trazido. Desci até a portaria como combinado e ao ver Pedro sorri.

— Pronta? — Estendeu a mão, estendi a minha e concordei com a cabeça.

Ele me puxou e eu estranhei um pouco pois em nenhum momento ele soltou minha mão, aquilo era incrível. As ruas todas iluminadas e as casas coloridas, era como se tudo aquilo fosse planejado. A calçada larga com desenhos e riscos eram um convites para dançar, mas não fui a única a perceber, com um movimento rápido Pedro me puxou e me rodou aproximando nossos corpos.

— Você está feliz? — Aquela pergunta foi estranha, estar com ele era um motivo de felicidade em todas as ocasiões, eu esquecia dos problemas e me desligava do mundo.

— Muito! — Não tinha mais palavras, disse o que veio primeiro em minha mente. Mas o que veio a seguir foi melhor, seu sorriso.

Ficamos novamente ali dançando igual na primeira vez, sem música apenas movimentos. Era a melhor coisa do mundo estar ali naquele silêncio só imaginando quando viria a melhor parte, o beijo, que não demorou.

Ele me encostou em uma parede com cuidado e me beijou, meu corpo estava completamente arrepiado, era engraçado como Pedro conseguia provocar diversas sensações diferentes em mim, e era mais engraçado ainda pensar que eu podia estar realmente apaixonada por ele. Sim! Eu estava realmente apaixonada por Pedro, e mais do que nunca eu o queria comigo.

Se ele era capaz de matar por mim, eu era capaz de morrer por ele.

Ele psicopata, ela suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora