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Luara

Pedro tinha ido embora pois estava tarde. Fiquei na janela pra tomar um ar e observar a lua que estava cheia e linda como sempre. Senti minha cabeça lateja.

Chata... Feia... Ninguém quer ser amigo de uma pessoa estranha como você... Você tem que morrer... Agora... Agora...

Vozes femininas e masculinas ecoavam na minha cabeça, queria me cortar naquele momento mais eu prometi a Pedro que não ia mais fazer isso.
Tentei ocupar minha mente e fui assistir um pouco de TV, estava passando jornal.

— Dois garotos de entre 17-18 anos foram brutalmente esfaqueados nessa noite, os corpos foram encontrados no meio da rua e ninguém tem pistas do assassino.

Senti um frio percorrer meu corpo, congelei praticamente. Peguei o celular e fui na lista de contatos, já sabia quem podia ter feito isso.

— Foi... Você? — Sussurrei na chamada e senti minha voz falhar.

— E por que acha isso? — Pedro respondeu do outro lado da linha.

— Não respondeu a pergunta. Foi? — A linha ficou muda. — Pedro? — Chamei.

— Foi. — Respondeu depois de um tempo, com a voz baixa e rouca igual da primeira vez que nos falamos.

— Por que?

— Já falamos sobre isso, e falar novamente pelo telefone esta fora de questão.

— Podemos nos encontrar amanhã depois da escola? — Senti meus batimentos cardíacos acelerarem.

— Tem certeza que quer mesmo manter contato com uma pessoa como eu? — Essa pergunta foi como uma faca em minhas costas.

— Tenho.

— Não sente medo? — Eu praticamente podia ver seu sorriso do outro lado.

— Não! — Disse firme. — Não tenho medo de você! — completei.

— Você é corajosa, gosto disso. — Risos. — Nos vemos amanhã então.

— Vou esperar.

Desliguei por fim, o que eu estava pensando? Ele é um psicopata, já matou quatro pessoas e pode ter matado muito mais antes de eu ter o conhecido, e sei que vai matar muito mais. Só que de uma forma estranha eu não me importava com isso, ele pode ter sua explicação e eu vou ouvir ja que duas das pessoas ele matou para me proteger, se ele me quisesse morta já o teria feito.
Fui até o banheiro e peguei alguns remédios antidepressivos que estavam na prateleira, tomei a seco e na mesma hora senti meu corpo tombar então fui até minha cama e me joguei nela sem nem perceber eu apaguei.

Ele psicopata, ela suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora