II

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A NOTÍCIA SOBRE O CASAMENTO da primogênita dos Fontana se espalhou com rapidez pela cidade

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A NOTÍCIA SOBRE O CASAMENTO da primogênita dos Fontana se espalhou com rapidez pela cidade. Sem demoras, Stefan Bortolini soube que sua amada estava prestes a ser desposada por outro homem.

Ele se arrependeu amargamente por ter esperado tanto tempo. Sempre foi organizado e calculista. Por esse motivo, adiara a conversa com senhor Fontana até ter condições suficientes para dar à jovem a vida confortável que ela merecia — uma bela casa, dinheiro para comprar vestidos, uma criada que cuidasse dos afazeres domésticos, entre outros pequenos luxos.

Pensou em enfrentar Roggero, mas sabia que ele já tinha dado seu consentimento. A palavra de um homem era sua reputação. Um pai de família jamais voltaria atrás depois de conceder a mão de uma filha. Honestidade era tudo. Stefan não poderia lidar com isso.

Pensou, então, na possibilidade de fugir com Isabella. Mas essa ideia lhe apavorava. As consequências de um ato como este eram irreversíveis. A família Fontana seria envergonhada perante a sociedade, Roggero teria que arcar o preço da promessa desonrada, certamente iria perseguir o casal fugitivo até encontrá-los. Isabella seria castigada.

Certa vez, uma moça da cidade recusara o noivo que seu pai havia lhe arranjado. O pai da mesma a espancou, em seguida, a jogou em uma masmorra e a deixou trancafiada por meses. Nenhum outro rapaz se interessou pela filha rebelde. Não apareceram mais pretendentes para cortejar as irmãs ainda solteiras.

Um escândalo como esse manchava a honra de uma família para sempre.

Por mais que a amasse e desejasse seu bem, se raptasse a moça e a levasse para bem longe, perderia o apoio do pai, seriam ambos deserdados. Viveriam se escondendo. Sua amada sofreria.

Só lhe restou arranjar um último encontro com Isabella, para certificar-se de que ela ficaria bem. Se a jovem concordasse com uma fuga, Stefan esqueceria de todos os empecilhos e sumiria com ela para bem longe. Mas não iria persuadi-la, apenas faria uma sugestão sutil.

Recorreu a Elena Barbieri, uma vizinha e amiga de Isabella, para arquitetar o encontro entre os dois. Não queria que ninguém soubesse, por medo de estragar a reputação de sua amada.

Elena se mostrou prestativa e tratou de arranjar tudo. Encontraram-se na casa paroquial da igreja, quando não havia ninguém por perto.

A conversa foi breve. Por mais que os olhos de Isabella ainda estivessem inchados de chorar, mostrou-se conformada. Chegara à conclusão que, se Stefan a amasse de verdade, não teria demorado tanto para falar com seu pai. Ela queria um casamento onde existisse paixão. Talvez, aceitar de bom grado aquele noivo que o destino reservou para ela fosse a melhor opção.

Estava chateada demais com todos ao seu redor para conseguir pensar com clareza. Magoada com Stefan por ser tão calculista, com seu pai por tê-la apostado como se ela fosse uma mercadoria e, até mesmo com Elena, que teria um futuro diferente.

Azul... TRILOGIA IRRESISTÍVEISOnde histórias criam vida. Descubra agora