XII - Parte 2

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— Você pediu a verdade, Bells

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— Você pediu a verdade, Bells.

Isabella sabia que, quando John a chamava de Bells, estava sendo gentil. Talvez fosse apenas um truque para enganá-la.

— Como? — ela mal conseguia pronunciar as palavras. Nunca algo havia a deixado tão chocada quanto agora.

— Como sobrevivi? — John a ajudou.

— Sim.

— Eu teria que contar minha história desde o começo para que você entendesse.

— Então conte! — Isabella sibilou, a voz alterada e forçada. — Conte tudo! Eu exijo saber.

— Antes de contar tudo, preciso resolver umas coisas. — Seu timbre de voz estava suave e calmo.

— Não quero saber. Não me importa o que você tem que fazer agora ou depois, eu quero a história toda, e quero neste instante! — Isabella gritou.

— Bells, eu tenho 1814 anos, é uma longa história.

— Já disse que não quero saber! — Outro grito. — Você não vai me enrolar desta vez. Pode me bater, me queimar, fazer qualquer coisa, mas vai ter que dizer!

Rafael descruzou os braços e remexeu os pés.

— Acho que vou ficar com Tereza, deixá-los a sós — o anjo disse.

Se Isabella recordasse aquelas asas não o deixaria sair dali. Não gostava nada da ideia de ter Rafael perto de sua irmãzinha, ela não confiava nele, porém, as opções eram escassas. Era preciso se conformar.

— Cuide bem dela — John pediu. — Não vamos muito longe. Quando ela adormecer, termine o que estávamos fazendo. Queime a boneca. O sal grosso está na...

— Eu sei, Johnny. Não se preocupe.

Rafael entrou na casa, os deixando sozinhos.

— Você não vai gostar de mim quando começar a ouvir — John murmurou. — Vou ser muito sincero.

— Não gosto de você agora — ela deu de ombros, o encarando com desprezo. — É questão de níveis diferentes de ódio.

John não queria que Isabella o detestasse, mas, com o passar dos séculos, ele desaprendera a conviver em sociedade; perdera o jeito de cativar os seres humanos, logo ele, logo John Smith.

Ele disse a esposa para pegar um agasalho bem quente. Isabella obedeceu, indo até o quarto, onde viu Tereza fazendo um grande mapa da cidade — a jovem pensou que aquele era um passatempo muito avançado para a idade da pequena. Rafael a ajudava. Ela beijou a irmã na testa e logo voltou com uma capa grossa e um cobertor.

O frio lá fora era cruel, mas o sangue de Isabella estava quente. Ela não se abateria por causa da temperatura.

— Está pronta? — o marido quis saber. Pela primeira vez ele a tratava como um semelhante, sem menosprezá-la.

Azul... TRILOGIA IRRESISTÍVEISOnde histórias criam vida. Descubra agora