ISABELLA ESTAVA SURPRESA POR VER o esposo falando de igual para igual com aquele rapaz, invés estar surtando de ciúmes ao vê-la nos braços de outro.
Ela deu uma boa olhada para o jovem que atendia pelo nome de Rafael. Ele representava ser amigável, e demonstrava benevolência com o sofrimento dela. Parecia não ter medo de John Smith.
— Me tire daqui — ela sussurrou ao fazer um esforço tremendo para alcançar o ouvido do rapaz. — Imploro. Me leve para bem longe.
― Ao invés de ela aprender alguma coisa, iria ser devorada pelos lobos! — Rafael expressava seu descontentamento enquanto mantinha Isabella apoiada em seu peito.
— Você a salvou. Por que todo esse drama? — John perguntou, enquanto dava goles generosos de vinho diretamente do gargalo.
— Isso não está certo — Rafael resmungou confortável como se a garota em seu colo não pesasse mais que algumas gramas.
— Pare de questionar meus métodos — John vociferou atirando a garrafa vazia para longe.
— Seus métodos... — Rafael bufou. — Prometeu que iria revê-los, mas vejo que você é um caminho sem volta.
— Por favor — Isabella cochichou —, me ajude.
John soltou um grunhido formado no fundo de sua garganta e ficou de pé, encaminhando-se para dentro da casa.
— Por quanto tempo deixou a deixou perdida? — Rafael quis saber ao adentrar a cozinha. — Qual a justificativa? Isso não estava nos planos.
— Isso não tem nada a ver com aquela teoria. Foi apenas uma punição por algo que ela fez.
— O que? — Rafael questionou com a curiosidade aguçada.
— Não darei detalhes da minha vida íntima para alguém que nem apareceu no meu casamento.
— Pensei que essas coisas não fossem importantes para você, Johnny! — Rafael relaxou um pouco, seguindo para o quarto do casal, entrando com Isabella sem a menor cerimônia. Colocando-a sobre a cama, gritou olhando sobre o ombro direito: — Prepare um chá. Ela está gelada!
Isabella não entendia por que o marido não estava surtando com aquele rapaz, quando tinha tentado matar Stefan por bem menos.
— Não pode ficar aqui! — ela tentou alertá-lo. — John irá me matar.
— Não tenha medo — Rafael sussurrou num tom calmo. — Vou cuidar desse machucado.
Isabella encarou o rapaz, enquanto ele passava os dedos macios em torno de seu tornozelo, observando com curiosidade as marcas avermelhadas causadas pelos arbustos.
— Dói? — ele sondou à medida que deslizava a ponta do indicador a sua pele.
— Sim — a jovem respondeu com urgência. — Por favor, me deixe sozinha. Me deixe fugir!
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Azul... TRILOGIA IRRESISTÍVEIS
Misteri / ThrillerDesde os tempos mais antigos, os jogos de azar sempre foram muito procurados pelos homens. Roggero Fontana era um viciado em apostas, à beira da falência. Em uma de suas jogadas habituais, desesperado, aposta a mão de sua própria filha, Isabella, co...