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— ESTOU VOLTANDO! — O ANJO AVISOU

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— ESTOU VOLTANDO! — O ANJO AVISOU.

— Pode vir. Agora está tudo bem — John gritou para o amigo.

O rapaz se aproximou trazendo um cavalo negro, o puxando pela rédea, e o prendeu próximo a Ravena.

Isabella não pôde deixar de notar como as formas do corpo do anjo apareciam através da camisa quando ele se movimentava para se certificar de que seu cavalo estava bem preso. Rafael era bonito. Talvez fosse o homem mais bonito que Isabella já viu. Mais bonito que John, isso ela não conseguiria negar. Mas nem toda beleza a fazia esquecer as desconfianças.

— Trouxe o que eu pedi? — John perguntou com o tom áspero. Seu humor parecia ter mudado de repente.

— Sim — o amigo respondeu —, está preso na cela.

— Vou buscar.

— Enfim, te vi nua, amor — Rafael sussurrou com um sorriso, que Isabella julgou muito malicioso, quando o esposo se afastou para ir até o cavalo negro.

Aquele comentário foi o cúmulo e ela pensou em revidar, mas percebeu o sorriso do anjo se tornar ainda mais sombrio quando John voltou trazendo um objeto de ferro, comprido, com as letras JS desenhadas em uma das extremidades com uma fonte elegante. Cada letra tinha cerca de dez centímetros de comprimento.

— John Smith — Rafael murmurou. — São suas iniciais, como pediu.

Isabella sabia que aquilo tratava-se de um ferrete usado para marcar animais ou escravos, e imaginou que John marcaria Ravena. Ela não queria ver a cena; já estava se afeiçoando à égua e não pretendia testemunhar o animal sofrer. Pensou em dizer a John que não precisava daquilo, mas acabou se omitindo.

Sentou-se sobre uma pedra, se aquecendo no cobertor, e ficou observando, enquanto John preparava uma fogueira e Rafael apoiava uma vara de pescar entre os pedregulhos à margem do rio, de um jeito que ele não precisasse ficar vigiando até fisgar um peixe.

Quando a fogueira ficou pronta, John colocou o ferrete próximo a ela, com as iniciais JS dentro das chamas. Isabella ficou assistindo as letras se aquecerem e ficarem alaranjadas, mas logo aquilo a enojou.

— Beba um pouco. — John ofereceu um cálice a ela, cheio do vinho que o anjo trouxera.

— Não, obrigada — Isabella recusou.

— Eu bebo. Já que ela não quer... — Rafael pegou o cálice das mãos do amigo e bebeu tudo de uma só vez. Deu de ombros quando esvaziou o copo. — Vou precisar.

Isabella ficou curiosa a respeito do efeito que o álcool faria ao anjo, ia se atrever a perguntar, mas foi interrompida.

Sem avisos, John se inclinou por trás das costas da esposa, fazendo com que ela pensasse que ele a abraçaria. Ficou assustada quando a lâmina gelada roçou na sua pele.

Azul... TRILOGIA IRRESISTÍVEISOnde histórias criam vida. Descubra agora