Acordamos sete horas da manhã no dia seguinte. Não por vontade própria, é claro. Pattie, que já estava de pé, queria ir ao banheiro e comer alguma coisa, mas como eu e Justin havíamos bloqueado a passagem, ela precisou nos acordar.
Tive que cerrar os olhos, porque a claridade proveniente das janelas me cegava. Não me lembrava de um dia tão ensolarado assim no ônibus. Ou talvez eu só estivesse tão vulnerável à luz do sol porque havia dormido pouco. De qualquer maneira, havia sido uma das noites mais bem dormidas da minha vida.
Enquanto Justin e eu levantávamos, nos espreguiçávamos e tentávamos ao máximo acordar de verdade, Pattie fez torradas e tirou leite da geladeira. Ela avisou que estávamos quase chegando em Detroit. A previsão era de que estaríamos lá para o almoço. Eu não confiava muito em previsões, já que sempre nos atrasávamos. De qualquer maneira, eu e Justin nos sentamos para tomar café.
Depois de ficarmos zoando um ao outro - "Justin, você ronca demais!", "Liv, cala boca. Você baba" - e de darmos muita risada, nós dois concordamos que merecíamos mais duas horinhas de sono. Pattie concordou em nos dar uma folga da escola nesse sábado ensolarado, então pudemos dormir até as onze.
Acabamos chegando em Detroit no horário do almoço mesmo, mas não nos hospedamos em hotel nenhum. Fazia exatamente uma semana que a turnê começara e esse era o quinto show de Justin. Eu me sentia culpada por não ter assistido nenhum dos quatro anteriores. Além disso, me sentia culpada por nunca nem ter ouvido o CD. Justin devia saber que eu não era muito ligada em sua música, mas nunca me fez escutá-lo. Pensando nas possibilidades, queria que ele tivesse feito. Assim eu pelo menos saberia cantar algo em seu show, ao invés de ficar com a cara de tacho que eu provavelmente iria exibir mais tarde.
Almoçamos em um restaurante legal e depois nos dirigimos à casa de shows. Havia uma fila imensa de pessoas esperando pra entrar e Justin acenou pela janela enquanto entrávamos pelos portões dos fundos. As garotas, é claro, fizeram a maior barulheira e não pararam de gritar um minuto, nem quando os portões se fecharam e elas ficaram lá fora. Só foram parar de gritar cinco minutos depois.
Nós descemos do ônibus dando risada. Eu ainda não acreditava no quanto aquelas garotas eram devotadas a ele. Na verdade, eu acreditava, só que era muito surreal.
- Elas te amam! - eu disse, sorrindo.
- Eu sei - ele piscou - E eu amo elas também. Muito, muito!
- Você já deve ter se acostumado com todo esse assédio, né?
Ele negou com a cabeça, mas deixou transparecer um sorrisinho.
- Por mais que aconteça, ainda fico impressionado toda vez.
Justin puxou Jaxon para o seu colo e eu levantei Jazzy, encaixando-a em mim. Nós entramos na casa de shows. Como em Nova York, tudo já estava arrumado. As grades estavam no lugar, demarcando os setores. Os camarotes e o auditório superior também tinham entradas diferentes, para que não houvesse confusão. Os instrumentos estavam sendo colocados no palco. Não tinha tanta coisa assim: um piano mais atrás, de modo que a plateia não conseguisse enxerga-lo, dezenas de guitarras e violões, a bateria de um lado, os fios e cabos que corriam pelo chão como cobras e se ligavam a uma junção de caixas de som enormes e mais coisas que eu não conseguia identificar.
Subimos até o palco por uma escada lateral, exatamente como da última vez. Provavelmente os palcos deviam ser feitos com algum padrão de construção, porque este era praticamente igual ao outro. Caminhamos diretamente para o camarim.
O incrível era perceber o quanto Jazzy e Jaxon já eram bem aceitos por todo mundo. Sempre que passávamos, alguém brincava com eles ou sorria ao vê-los. Como se eles não fossem apenas os bebês da família de Justin, mas também os bebês da produção.
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Heart and Soul (Justin Bieber)
Teen FictionLiv aceitou ser babá de Jazmyn e Jaxon Bieber sem nem desconfiar que eles eram irmãos de Justin Bieber. Seu mundo vira de cabeça para baixo ao conhecê-lo e várias chances lhe são dadas. De repente, a família que ela sempre quis ter estava bem na sua...