- Por que diz isso? - ela enxugava as poucas lágrimas que rolavam por seu rosto.
- Mãe, se ele nos abandou, se ele não quis saber de mim, se ele não tá nem aí pra minha existência, eu com certeza devo ser um problema pra ele. - eu cheguei mais perto, envolvendo-a em meus braços e a apertando tão forte como se de algum modo pudesse protege-la do mundo. - Não diga o que não sabe. Talvez ele tenha ido porque não estivesse preparada para isso, tudo bem?
- Mas ele nunca sequer procurou saber sobre mim, mãe. - ela disse em um tom triste e eu fiquei em silêncio, pois sabia que não era verdade. Diante do meu silêncio, Candie se afastou. - Mãe? Ele nunca me procurou, certo?
- Candie, talvez ele tenha procurado.
- E o que aconteceu?
- Eu o mandei ir embora.
- Mas, por que?
- Estava com raiva, filha. Você não entende, era tão pequena, e naquela época tudo o que sentia do seu pai era raiva.
- Eu não acredito que fez isso. - ela disse, mudando totalmente de humor e ficando irritada.
- Foi para te proteger, Candie.
- Me proteger? Eu cresci sem um pai, a propósito eu cresci querendo saber quem ele era, eu cresci vendo todos ao meu redor falarem sobre seus pais e falarem sobre a convivência com eles, e eu ficava quieta porquê eu sabia que não tinha um.
- Será que eu não fui o bastante pra você? Você cresceu sem um pai, mas isso fez alguma diferença, Candie?! Eu dei tudo de mim para que pudesse fazer de você uma criança feliz, e foi difícil, Candie. Eu tinha apenas 20 anos, você tem ideia do que é ter a responsabilidade de ser uma mãe solteira aos 20 anos de idade? Não, você não tem! - dessa vez, eu praticamente gritei. - Será que é tão difícil tentar ver o meu lado?
- Será que foi tão difícil ver o meu? Você não me deixou conhece-lo como se tivesse algum direito sobre isso. Eu não acredito que durante esses anos eu construí uma mágoa por um homem que me procurava, que me amava, e você só o difamava.
- Candie, eu nunca fiz isso.
- Por que foi tão egoísta a ponto de não me deixar sequer dizer um oi a ele? Simplesmente porquê foi largada?
"largada" foi exatamente o que ela disse. Não sei porque me atingiu pois largada foi exatamente o que aconteceu comigo.
- Não precisava descontar suas frustrações de adolescente em mim.
- Engraçado, pois é o que está fazendo agora.
- Não a entendo, quer que eu entenda seu lado, mas você não entende o meu. Você nunca entendeu, Perrie. Eu sinto falta de uma presença paterna porque me sinto sozinha, você nunca está 100% disponível pra mim.
- Eu não acredito no que está dizendo. - meus olhos ardiam, meu sangue fervia e eu segurava as lágrimas. Isso estava mesmo acontecendo? - Eu não acredito no que disse.
- Perrie, por favor sai do meu quarto. - ela dizia apontando para a porta, mas fiquei imóvel, olhando para a mesma. - Por favor. - então, sai.
Ao Candie bater a porta, finalmente deixei que minhas lágrimas pudessem rolar por meu rosto. Suas palavras haviam me magoado, ela foi tão dura, tão rude, tão verdadeira, e eu me sinto um lixo, nunca imaginei que Candie se sentisse assim em relação a mim. Eu só queria me esconder do mundo e só sair quando fosse útil para algo.
Fui para o meu quarto e a raiva e tristeza misturados em um só tomavam conta de mim, eu nunca sentirá algo assim. Quer dizer, sim, já havia acontecido, mas não com palavras vindas da minha própria filha. Fui até meu closet, afastei algumas roupas e lá estavam, eram fotos minhas com Zayn e Candie quando pequena, e a vontade de chorar me consumiu. É frustrante que aquilo, tenha virado isso.
Pude ouvir meu celular tocar, guardei as fotos no mesmo local e repus as roupas. Enxuguei as lágrimas, fui até a cama, onde estava meu celular, respirei fundo e atendi.
- Perrie? - disse a voz rouca, a que tanto amava escutar e a que muito tempo não escutava.
eu estou adorando escrever essa fic pq até agora as idéias não me fugiram, como acontece com as outras djsksk espero que estejam gostando ♥♥
love you all xx
