Dia 4 - Beatrice

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Ontem a noite decidi que o Lazaro não ia dormir lá fora denovo , bem eu tentei levantar ele mas o cara parecia pesar mais ou menos 15 baleias azuis.
Então só joguei um cobertores por cima e finge que estava tudo bem.
Antes que você se pergunte , não.
Eu não estou ... Como as garotas dizem mesmo ? "Afim dele ". Só não quero que ele pegue uma doença e morra sei lá.
Os guardas de Felitia não ia gostar de receber um barco com uma garota e um bad-boy morto na sua praia.

Depois do almoço hoje fui direto para o banheiro.
Percebi quando acordei que não tomava banho á uns dias. Normal, eu sei.
O problema é que esqueci que não haviamos trago nada de roupa.
O que eu ia fazer agora ? Andar pelada pelo barco?
Fiquei bastante tempo em Sadonto Bae pra saber que isso não dava certo.
Eu estava muito envergonhada mais mesmo assim fiz.

- Lazaro! - Gritei.

Ouvi alguns barulhos um tropeço , uma batida. Será que o Lazaro caiu de lá de cima?
Ouvi um gemido .

-Lazaro ? Você está bem? - estava ficando com frio , esse cara tinha que estar vivo pelo menos.
-bem sim ... foi só um escorregão. - dava pra sentir a dor nas suas palavras mentirosas.
- Ótimo , por que eu vou precisar da sua ajuda.-Eu já estava congelando.
- No que ?
Droga não tinha pensado nessa parte do plano.
- Beatrice? -  eu vejo a maçaneta girando. Percebo que a porta não tem tranca.
- Eu estou sem roupa cara! - a maçaneta para de girar imediatamente.
- Desculpa. - eu não estava vendo seu rosto , mas se ele estivesse sorrindo. Eu iria degolar o moleque. - O que qué que eu faça então?
-Pega o lençol da cama ali.
Ele ri.
-Como é que é Beatrice?
-Só faz,seu chato!
- Ta bom , ta bom.
Ouço ele se afastando da porta e alguns segundos depois ele pega na maçaneta e começa a gira-la novamente.
- Porra Laz! Eu estou pe...
- Eu sei Beatrice! - levanta a voz ,suspira e se acalma - minha mão não tem olhos, tem ?
- Se tiver tu morre.
Ele me alcança o lençol , já tinha feito aquilo um montão de vezes.
Algum tempo depois , ja estava com meu vestido improvisado. Bem estava sem nenhuma roupa de baixo e descalça, mas pelo menos estava totalmente limpa.

Percebo que Lazaro está usando a mesma roupa desde que chegamos também, na verdade ele usa a mesma roupa desde sempre. Me pergunto se Lazaro alguma vez na vida já tomou banho.

Sai do banheiro e Lazaro esta sentado no balcão , brincando com o canivete , aquela teoria de que ele raspa o cabelo com uma navalha ganha força.
Eu não falo nada , mas ele simplesmente fala sem olhar pra trás.
- Na próxima I.S.L.A , nós roubamos roupas pra gente.
-É seria bom. - digo em tom debochado uma quase raiva.
Ele vira pra mim com uma sobrancelha levantada , enquanto faz um movimento pra guardar a lâmina do canivete.
Não , canivete não é. Eu já vi essa coisa em outro lugar.
Ele percebe que estou olhando pro objeto em sua mão , sua sobrancelha baixa.
Ele arma de novo , e olha pra ela como se fosse um troféu.

- É uma Smiley 176. É afiada , fácil de esconder , não enferruja e o mais leg..
- Ela libera uma corrente elétrica quando é preciso. -eu interrompo ele. Já tinha ouvido aquela mesma frase um milhão de vezes.
Ele tira os olhos da faca  e posiciona eles em mim, curioso.
- Meu pai quem vendia elas.

Ele desviou o olhar guardou a faca no bolso e assentiu.
- É mesmo , esqueci. - ele parece constrangido.

Eu fiz de novo , parece que tenho o dom de deixar o clima tenso toda hora.

- Qual os planos pra hoje Menino-Labareda? - odeio climas tensos. Fazem-me lembrar da casa do meu pai.

Ele olha pra mim e sorri , os olhos negros dele penetram minha mente  tão misteriosos , tão artificiais.
Acho que ele ia falar algo pra mim , porem enquanto ele abria a boca , um barulho opaco muito alto surge. Eu sou jogada pra frente e Lazaro sobre o balcão.
Batemos em algo , pelo jeito. Algo muito , muito grande.

A Ilha da Felicidade : O PactoOnde histórias criam vida. Descubra agora