Dia 18 - Lazaro.

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- Toma cuidado Laz, se esses grampos frouxarem de novo você é um garoto morto. - Não tinha como confundir essa voz, mas sem eu abrir os olhos...será que é realmente de verdade.

- Não consigo abrir os olhos. - perdi minha voz.

- Você levou uma pancada e tanto, é natural. -algo me dizia que não era mentira, mas parecia surreal demais.

- O que aconteceu ontem?

- Muita coisa na verdade.

Tateei o lugar onde estava, não era uma maca. Não estava de novo em um hospital.

- Onde estamos?

- No navio da Ordem Maritus.

- Muito engraçado, você sabe muito bem que não se deve brincar com os sonhos das pessoas.

- Não estou, se você pudesse abrir os olhos te provaria.

- Você não pode nem provar que é real. - contestei.

- Será? 

Fechei o rosto, mas estando de olhos fechados isso deve ser estranho.
Senti o toque suave dos lábios dela, uma sensação fria subiu pela base da minha coluna arrepiando cada centímetro do meu corpo até a nuca.
O cheiro adocicado dos cabelos que só podiam ser de uma pessoa impregnou meu nariz. Era ela, era ela de verdade.
A melhor sensação, não foi o beijo em si. Foi a confirmação de que ela não tinha ido embora para sempre, que eu ainda podia levar ela para Felitia comigo.

- Inesperado.

Ela riu, e eu não deixei  de sorrir. 
Qual eram as chances? Eu encontro Rives com a esperança de que eles tenham uma aliança com o pai de Frido, e no outro dia acordo sendo cuidado por ela.

-Então Bia, vai me contar o que houve ontem ou vai só ficar aqui me beijando.

- Qual o problema de te beijar?

- Ainda não estou muito acostumado.

Ela riu  e pelo jeito sentou na minha cama, suspirou bem alto e me contou algo mais ou menos assim:

Quando Kras percebeu que uma canoa estava no meio do circulo de fogo, ele quis a tirar imediatamente dali.
Ele avisou a capitã, mas ela não quis ouvir. Estava ocupada demais observando uma mulher no outro navio, Madame Navalha, que a Beatrice insistia chamar de "Nunkan".
Assim que o navio de Nunkan foi atingido ele foi perdendo velocidade, fazendo com que pudessem alcançar eles no giro.
Dois caras chamados Hodie e Kras pularam no navio inimigo que estava meio caminho de afundar, dizimaram todos os capangas e prenderam duas pessoas: Nunkan e Rives que estava seriamente debilitado. Um buraco enorme na bochecha assim como outro na barriga.
Frido tinha pulado na água e nadado ate o nosso barco simplesmente pra achar ele vazio, mas ele tinha certeza que não tinha me visto sair, era como... se eu tivesse ficado invisível. Ela tinha ido para baixo, procurar o radar, um rádio, ela não sabe,algo que a ajuda-se a achar a frota Adamantium e convença-la a ir embora ou algo do tipo.
Foi quando ela achou a sala de comunicação e quando estava mexendo nas coisas, eu apareci, dei um discurso estranho e estava muito brabo, mas no final a beijei. No meio de tudo isso o rádio  dali soou, era a voz do pai de Frido e ele disse algo como: " Nós vimos que estão em um círculo de fogo, trataremos como ofensiva, piratas se protegem!"
Ela subiu correndo avisar a capitã do navio e ela disse que eu simplesmente pisquei e enfiei um anel no meu dedo, sumindo completamente. Ela não tinha entendido nada mas não podia perder tempo tentando entender, pelo jeito eu não queria que ninguém alem dela soubesse que eu estava ali. Mas se eu tinha um plano ou algo assim, ela não sabia me dizer, muito ao menos se ele deu certo ou não.
Quando ela voltou ao convés Rives e Nunkan estavam com as mãos amarradas virados para a capitã e os dois caras,como um interrogatório.
Rives sangrava muito e parecia inconsciente. Mas ela me descreveu a expressão de Nunkan como: decepcionada, extremamente raivosa por algo que ela achou que daria certo e falhou miserávelmente, como se acreditasse em um conselho de alguém e tudo deu errado.
No momento em que ela chegou mais perto, gritou as informações.  Avisou sobre a frota Adamantium e que eles estavam vindo para atacar sem perguntar nada.
A capitã ordenou algo para um dos garotos e ele trouxe Frido a força, falou que ela e Frido deveriam cuidar do pai dele por que o interrogatório é importante demais. Mas para Beatrice a capitã se mostrou interessada demais na Nunkan.
Eles embarcaram no Secret Teller, e no momento em que desceram, eu apareci do nada.
Me materializando com um sorriso no rosto e um anel na mão.
Partimos em direção a frota Adamantium.
Mas quandos chegamos no que deveria ser os navios não vimos nada. Quando saimos lá fora para entender melhor o que estava acontecendo nos demos conta de uma coisa: eles não usam navios.
A Adamantium , sim a baleia de verdade, emergiu da água e mergulhou logo em seguida criando uma onda que nos desequilibrou e nos lançou do Secret Teller.
Beatrice falou que caimos na água e ela apagou.
Quando acordou eu e ela estavamos amarrados de costas um para o outro dentro de Adamantium, pelo jeito Frido tinha nos abandonado. Enquanto estavamos presos eu contei sobre meu novo "coração" e ela o que tinha acontecido durante esses dias.
Eu tive uma idéia muito estranha que era ficar invisível para algum guarda achar que eu havia escapado.
Com a ajuda da Beatrice conseguimos colocar o anel no meu dedo pouco antes de um guarda entrar. Ele ficou intrigado com " as cordas que flutuavam" e quando ele chegou perto o suficiente eu dei uma cabeçada. 
Pouco tempo depois já estavamos livres e queriamos achar uma saída daquela baleia novamente, mas desta vez estavamos sem a  minha bússola. 
Decidimos então que seria na pancadaria, ela disse que ela pegou uma arma mas que não adiantava muito, toda vez que avistava alguém ele morria apunhalada por um certo alguem invisível.
Chegamos a sala principal e nos deparamos com uma cena inacreditável.
Frido apontando uma arma para o pai, que estava preso na sua cadeira e tinha uma fita adediva na boca.
Beatrice disse que eu fiquei furioso com aquilo,  alegando que seja quem você for, o que seu pai tenha feito,  um filho nunca trai o pai desse jeito.
Ela disse que eu ameacei matar Frido naquele instante mas algo nos parou. O rádio de Adamantium vibrou com a transmissão de que: "Estão se aproximando da excelentíssima, Ordem Maritus, identifiquem-se e mostrem postura pacífica."Como nosso capitão estava, bem ... amarrado, não demorou muito para que comecassemos a ouvir a Ordem descendo até nós. Gritos de dor e tiros dos guardas que ficavam cada vez mais perto. Uma onda de fúria que não parava por nada.
Beatrice começou a suar quando me contou o que aconteceu a seguir.
Os dois garotos quebraram a porta e nos encontraram lá dentro, um dos garotos agarrou ela achando que estava em perigo e o outro começou a me bater por causa da " minha atitude defensiva em relação ao tocarem em Beatrice", o que eu achei que explicava os grampos frouxos da minha cirurgia.
Enquanto a Frido? Bem quando a capitã chegou ele pediu um trato.
" A vida do meu pai pela minha imunidade criminosa".
A capitã aceitou sem hesitar, e assim como a Ordem tinha entrado ela saiu.
Em pouco tempo estavamos no barco novamente.
Depois disso, Beatrice me jogou frases pesadas e que pareciam não ter ordem específica.

A Ilha da Felicidade : O PactoOnde histórias criam vida. Descubra agora