18 - Era ele, o tempo todo

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     A água invadia minhas narinas fazendo todo o esforço que fiz para poupar o oxigênio se tornar em vão. Estava cercada de água e por mais que eu nadasse não conseguia chegar à superfície, era uma imensidão de mar. Senti a água encher meus pulmões e o ar acabar. Meu corpo ficou pesado e a força da gravidade me puxava para o fundo. Em uma última tentativa, me debati e dei um último suspiro. Meu corpo agora boiava e eu já não tinha mais forças para lutar. Lentamente fechei os olhos, decretando assim minha derrota. Estava morta.

     O cheiro de madeira queimando invadiu meus pulmões me fazendo acordar. Um empilhado de lenha queimava um pouco a minha frente. A propósito, estava em uma fazenda. Não qualquer fazenda, a fazenda para onde eu e meus pais íamos passar o verão. Aliás, aquela fazenda era dos meus avós.

- Resolveu acordar - Disse ele.

      Ele. O homem que me persegue em sonhos. Ele estava um pouco distante de onde eu estava. Distante o suficiente para eu não sentir medo. Distante o suficiente para eu não ver seu rosto.

- Você... De novo... - Disse o encarando - O que você quer?!

- Anna... Eu só quero te proteger... - Respondeu ele.

- Me proteger... Proteger de quê? - Questionei.

- Vocês acham que o perigo é o Eros. Mas não é, está além dele Anna, é algo bem maior que ele!

- Bem maior que Eros...?! - Me questionei.

- Você precisa sair de Sunset Town - Disse ele.

- Porquê deveria acreditar no que diz? Quem é você? - Perguntei.

- Anna, eu não posso falar. Na verdade, não era nem para eu está aqui. Você não sabe as consequências que sofrerei por está mantendo esse contado com você - Disse o homem, em um tom sério - Ouça, procure a Vic. Ela vai saber o que fazer. Ela lhe ajudará...

- Mais... - Tentei falar, fui interrompida.

     Um clarão de luz, quase que como um flash, me segou. Fechei os olhos por alguns segundo e quando os abri vi que o homem não estava mais lá. Uma rajada de vento passou por mim e apagou a fogueira. Um estalo e tudo ficou escuro.  Como se tivessem apagado a luz daquele lugar.

     Acordei sobressaltada depois daqueles dois pesadelos. Fiquei feliz em ver que estava em casa. Na casa de tia Vic. Fiquei ainda mais feliz quado vi Mason frente a porta. Ele me olhava com um sorriso no rosto. Pulei da cama e corri para abraça-lo. Ele, com toda gentileza, retribuiu o gesto.

- Tudo bem? - Ele perguntou.

- Pesadelos... - Respondi sem lhe soltar.

- O que aconteceu? Vic encontrou você caída no chão...

     Hesitei antes de responder.

- Eu senti uma dor de cabeça forte e caí... - Respondi - Que horas são? - Perguntei vendo que do lado de fora já estava escuro.

- Tarde... Vic até já saiu para trabalhar... - Respondeu.

     Por um momento me perdi em pensamentos ao lembrar do que o homem havia falado. De que o perigo estava além de Eros.

- Ei, tudo bem? - Perguntou Mason me fazendo voltar.

- Não... Só... Só fica comigo até eu dormir de novo... - Pedi.

- Tudo bem... - Ele falou.

       Eu o peguei pelo braço e o levei até a cama. Nos deitamos e ele logo me acolheu em seus braços. Braços esses fortes e de cheiro extremamente agradáveis. Olhei para Mason e, ao mesmo tempo,  pude percebe-lo me olhando. Ele logo deixou escapar um sorriso. Quando estava com ele me sentia segura, salva de tudo aquilo, de toda aquela história de ter que morrer para que lobos possam sair e entrar em Sunset Tonw. Eu não sabia se o que estava pensando em fazer era certo ou não mas fiz. Ergui minha cabeça e encostei meus lábios nos de Mason. Esse, que me envolveu no mais apertado abraço. Ao fundo pude até ouvir meus ossos estalarem como objetos descartáveis, entretanto, que, de certa forma, só eu pude ouvir. Mason aprofundou mais ainda o beijo, sua língua pedia passagem e eu, mais uma vez, dei. Senti sua língua explorar cada canto de minha boca. Ele pegou em minha perna e a puxou para acima dele, ocasionando com que eu ficasse em cima de seu abdômen. Pude sentir cada músculo seu. Alguns chegavam a se contrair com os leves movimentos feitos. Mason pegou em minha cintura e apertou, nem muito forte nem muito fraco, mas o suficiente para que, naquele momento, eu pudesse saber de suas intenções. Aquilo estava ficando cada vez mais quente. Senti a mão de Mason deslizar para debaixo do meu vestido amarelo. Senti ele apalpar abaixo de minha cintura, na região de trás, na minha bunda. Aquilo bastou.

Pôr do Sol - A Maldição (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora