Eu realmente mereço passar por tudo isso, no mínimo eu já esperava algum escândalo da parte de Martina. Somos amigos a muito tempo e sei desse apego fora do comum que ela tem por mim. Estive ao seu lado em um momento muito difícil e quero que ela entenda que agora sou eu quem está passando por uma fase muito ruim e que talvez não tenha volta
- Richard, por favor leve minha esposa e nossos convidados para o apartamento. Estarei com todos em breve – Peço ao meu irmão, que prontamente atende ao meu pedido, porém a nova Sra. Sanders não quer colaborar.
- Gordon, não faça isso. Deixe-me aqui com você. Podemos resolver isso juntos. Ela precisa entender. – Diz minha esposa. Ah, como é bom chama-la assim.
- Filha o que está acontecendo? – Pergunta meu sogro, em um tom preocupado
- Sr. McLean, por favor leve Sol para dentro. Eu vou conversar com esta senhora e ficará tudo bem. – Respondo, tranquilizando-o
- Venha filha, ouça seu marido. E também não é nada interessante uma noiva na entrada de um condomínio prestes a participar de uma discussão sem fundamento. Tenho certeza que não quer envergonhar Gordon, pois outros moradores podem passar e ver tudo isso. – Diz minha amada sogra
- É Sol, sua mãe tem razão. – Diz Amber
-Tudo bem, eu irei. Mas, não demore por favor – Sol me diz desolada
-Vai ficar tudo bem meu amor. – Digo dando um beijo casto em sua testa. E nesse momento, vejo todos andarem em direção aos elevadores ao fim do corredor.
Agora tenho uma mulher feito uma criança birrenta e histérica bem a minha frente. Martina mudou muito, muito mesmo. Lembro da jovem doce e gentil que era há alguns anos atrás. Infelizmente, casou-se com um canalha que a machucou impiedosamente, traindo sua confiança em todos os sentidos e fugiu deixando para trás uma mulher amarga, dura e extremamente fria.
-Gordon, você enlouqueceu? O que deu em você? O que aquela mulherzinha está fazendo vestida de noiva. Me diz que você não fez o que estou imaginando? Seu pai tem que saber de um absurdo desses. Ela não é mulher para você. Não vê que se trata de uma oportunista, uma alpinista social. Ela é uma vaga...
- Cala essa boca – Eu a grito e a vejo se assustar
- O que há com você? Porque desde que conheceu essa mulher, você vive gritando comigo?
- Já chega Martina. Eu não posso mais tolerar esses seus comportamentos. Já conversamos sobre isso diversas vezes. Hoje foi a gota d'água para mim. Eu não enlouqueci, eu me casei com Sol e não me arrependo. Na verdade estou fazendo algo que você esqueceu há muito tempo, estou amando Martina. Sabe o que isso quer dizer? Eu sou o homem mais feliz e realizado desse mundo.
- Eu te amo Gordon, ninguém mais além de mim – Ela diz se aproximando de mim, então me afasto.
- Não, você não me ama, você não se ama, você não ama ninguém. E quero que devolva a minha amiga de volta. Se eu ainda te suporto, tolero suas loucuras é porque sei que ela está aí em algum lugar.
- Gordon, como pode me dizer essas coisas? Porque está agindo assim?
- Estou morrendo Martina, tenho pouco tempo e não estarei aqui para ouvir suas lamentações o tempo todo e cuidar para que não cometa atrocidades. – Digo, para uma Martina boquiaberta
- O que está me dizendo? – Ela pergunta
- Exatamente o que você ouviu – Enfim, contei a ela e parece que um peso saiu de minhas costas. Tenho cuidado de Martina, desde que o desgraçado do marido dela a deixou e ela tentou se matar. Reconheço que é minha culpa ela ter todo esse apego por mim, mas sempre fui e serei leal aos meus amigos e ela precisava de mim, mas agora preciso viver minha pequena vida.
- Gordon, eu não sabia. Quando ficou sabendo? – Ela chora enquanto fala.
- Richard e Sol, armaram para que eu fosse ao médico. Já que não faço check ups com frequência. Brian me atendeu, fiz exames e fui diagnosticado com uma doença coronária. Meu coração está parando e estou na fila de espera aguardando um doador compatível. Devo ter agora uns três meses me sobrando. – Sorrio sem graça
- Você a ama mesmo ou só fez tudo isso por desespero? Vocês mal se conhecem. Lembro que tem pouco tempo que a contrataram. – Ela pergunta, passando a mão pelos olhos.
- É eu sei. Ninguém entenderia tudo isso. Mas, assim que a vi eu soube que era ela quem eu procurava. Sol, é tudo para mim. Então se realmente é minha amiga deixe-me ser feliz ao lado da mulher que amo. Não tenho muito tempo Martina e não posso contar com milagres. Pode aparecer ou não um doador.
- Eu sei, Gordon. Eu sei que não meu amigo. E eu sinto muito por tudo que está passando. E saiba que tem minha palavra de que o deixarei em paz. – Diz Martina
- Não estou pedindo que se afaste, quero apenas que apoie minhas decisões e que reflita sobre sua conduta. Somos amigos, droga. Amigos. – Eu digo e vejo Richard aparecer no topo do degrau
- Está tudo bem irmão? – Ele pergunta, olhando de mim para Martina
- Creio que sim irmão. – Respondo
- Estão todos preocupados lá em cima. Sol, está sentada no sofá com todos a sua volta. E Stacy pediu que viesse ver se precisava de alguma ajuda. – Ele me informa sobre a situação
- Richard, sinto muito. Por favor leve Gordon. Eu já estou indo. – Diz Martina, se afastando e ajeitando a bolsa em seu braço. Eu então a abraço. E ela chora muito mais uma vez. Então a olho e digo por fim
- Obrigado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No fim do túnel tem açúcar
RomanceUm romance cativante em uma das cidades mais cosmopolitas do planeta - New York. Gordon Spencer Sanders, branco, preconceituoso, sexy e dono de lindos olhos azuis. Soledade Rivero McLean, negra, doce e determinada. Um olhar, um toque, um desejo inco...