Os primeiros raios de Sol, teimam em adentrar o quarto e aos poucos junto com o dia eu também vou acordando. Me sinto tão dolorido e ao mesmo tempo tão diferente, e os meus olhos teimam em se abrir.
Tudo nesse lugar me faz lembrar que não posso me demorar por tanto tempo. Preciso ir embora, pois não posso expô-la a violência de qualquer tipo e não me perdoaria se algo acontecesse a ela. Como não me perdoo pelo que provavelmente aconteceu ao Charles e ao Denson. Stuart é extremante violento e inescrupuloso, e sei bem do que ele é capaz e não me refiro ao fato de ele me querer morto ou ao fato de ele ir pessoalmente me matar. Não quero trazer para vida de Martina, uma dor excruciante e não digo isso apenas pelo fato de termos ido para a cama. Digo porque não é justo com ninguém e muito menos com ela.
Principalmente, agora que ela se sente tão quebrada. Eu a entendo, eu juro que a entendo, pois eu também me sinto assim, completamente quebrado, destroçado eu diria. A diferença é que antes era por dentro e agora também estou por fora.
Martina fez algo que poucos fariam por um estranho que mal conhecem. Ela não me julgou e me ajudou estendendo a sua mão em um momento tão difícil da minha vida e agora preciso ir embora. Logo, desperto-me e ao olhar para o lado na cama, vejo que ela não está. Ela, deve estar na cozinha pois, não ouço nenhum barulho próximo.
Tento me levantar mas uma dor alucinante toma conta da minha costela e antes que eu grite sinto a maçaneta do quarto ser girada e ela entra no quarto segurando uma enorme bandeja e nela há um copo de suco, acredito ser de laranja e um monte de frutas e outras coisas que nem sei o nome.
Ela surge vestida em uma camisola de seda preta e a pele tão lindamente marcada por lembranças de nossa noite juntos.
- Vejo que acordou. - ela diz
- Sim. Mas, não me sinto legal. Preciso ir. - a respondo. Já fazendo menção de que iria me levantar.
- Você não vai a lugar algum. Eu chamei...
Antes que termine de falar ouço uma campainha.
- Droga, Martina! Chamou a polícia, não foi? - digo em tom de riso, mas daqueles bem nervosos. - Eu confiei em você, porra. Como pôde?
Sem nada me dizer, deixa a bandeja sobre uma mesinha, ao que parece um criado-mudo e ela então sai do quarto e de repente ouço sua voz e logo em seguida a de um homem. Enfim, eu estava ferrado. E nada, nada mesmo eu poderia fazer pra mudar isso. Me senti um tolo em acreditar nela.
- Rick, seu imbecil!!! - Eu gritava comigo mesmo, dando pequenos tapas em minha cara
- É ele. - ela diz entrando no quarto. Acompanhada por um homem branco , alto de olhos verdes, sei lá.
- Ok. Posso pelo menos me vestir? Aí o senhor me leva em cana. Ah, ia esquecendo, não precisa me bater. Ela já tentou me matar ontem. - eu digo, já me sentando na cama com lençol branco me cobrindo. E olhando pra ela que ri do que eu acabei de falar. Quem ela pensa que é? Me entrega e depois ri da minha cara. Otário, penso com meus botões, sou um otário.
- Olá Rick, sou Brian. Não vim até aqui prender você e sim ver como está e se necessário levá-lo para realizar exames.
- O quê? Você não é tira? - pergunto incrédulo.
- Não. Sou médico.
Nesse, momento eu respiro fundo e depois olho para ela me sentindo um grande babaca. Enfim, apesar de tudo ainda sou um otário.
- Martina, me ligou ontem à noite. Pedindo que eu viesse hoje pela manhã, para ajudá-la em algo que até o momento não fazia ideia. Então, ela me contou que o atropelou ontem e que precisava de total discrição. Aqui estou eu. Posso examiná-lo? - ele me explica tudo
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No fim do túnel tem açúcar
RomansaUm romance cativante em uma das cidades mais cosmopolitas do planeta - New York. Gordon Spencer Sanders, branco, preconceituoso, sexy e dono de lindos olhos azuis. Soledade Rivero McLean, negra, doce e determinada. Um olhar, um toque, um desejo inco...