No fim do túnel tem açúcar

Capitulo V - Amor à Segunda Vista

Estou olhando os relatórios sobre a minha mesa, cheguei bem cedo pois quero adiantar todos os detalhes para o evento. Amber, fará hoje as ligações para colegas do ramo, alguns agentes e artistas mais próximos para os quais trabalhou.

Não vejo a hora desse evento acontecer e de fato ser tudo que imaginei, irei me reunir com Gerard para decidirmos sobre a decoração, e como ele estava aqui nos anos anteriores quero justamente que me passe detalhes de como foram esses eventos e assim não cometamos nenhum erro.

Meus pais acharam muito cedo minha saída, mas disse a eles que precisava agilizar o quanto antes todos os detalhes dessa grande festa. Meu pai ficou muito feliz em saber que eu era a responsável pelo evento e que se desse tudo certo eu viria a ganhar o respeito de todos, sinceramente eu não tinha pensado nessa ótica, mas de fato para mim seria uma grande conquista pessoal e profissional.

Agora olhando para o relógio percebo que já passa das sete horas da manhã e Gordon sempre chega cedo. De repente começo a sentir-me mal. São tantas situações que passam em minha mente. Eu não posso perde-lo, não posso.

Ouço as engrenagens do elevador e percebo que vai parar neste andar, meu olhar se volta totalmente para a porta que abre revelando um Richard preocupado. Meu Deus, por favor. Não pode ser o que imagino. Não pode ser.

- Cunhadinha! Gordon, não chegou ainda?

- Não, cheguei bem cedo e agora percebi que já passam das sete horas, ele sempre chega as seis. - respondo já me levantado nervosa

- Imaginei, pois todos os dias quando ele chega me avisa. E hoje devido ao horário percebi que tinha algo errado. Eu falei com ele ontem, me parecia bem, tem tomado todos os medicamentos. Não entendo o que houve. - Sem que eu esperasse Richard diz

- Pegue sua bolsa, vou leva-la ao apartamento dele e espero que não tenha acontecido o pior. - Eu abri a gaveta e peguei minha bolsa, enquanto Richard avisava a Reynolds e a Stacy que ia ver Gordon,mas que voltava logo.

Acionei o elevador e em poucos minutos estávamos no térreo e segui Richard até o estacionamento, chegamos até seu carro e ele muito cavalheiro abriu a porta do carona ajudando-me a entrar e então assumindo o volante foi dirigindo pela cidade, indo precisamente em direção a edifícios luxuosos no entorno do Central Park, ele então me mostrou a rua onde o prédio em que mora fica e a duas quadras dali chegamos em uma rua calma e repleta de prédios majestosos alguns clássicos, outros bem modernos e paramos em frente a uma obra de arte em formato de edifício residencial,todo trabalhado na base em mármore branco e repleto de vidros esfumaçados em toda sua estrutura, algo lindo e requintado. Richard saiu do carro e veio abrir a porta do carona ajudando-me a sair. Como eles são educados, espero um dia agradecer pessoalmente ao pai deles.

Nos aproximamos da portaria e lá tinha um senhor branco de estatura baixa que sorriu amplamente ao ver Richard, que o cumprimentou apertando-lhe a mão e depois dando um tapinha nos ombros do bom senhor, e perguntando por Gordon recebeu como resposta que até o momento ele não havia descido e que imaginava que logo viriam checar já que ele desce bem cedo, antes mesmo do sol raiar. Richard então o informa que irá subir para checar e me apresenta ao porteiro que é muito simpático e vamos em direção aos elevadores no fim do amplo corredor.

Gordon mora no quadragésimo quinto andar, porque ele gosta tanto de altura? Richard aproxima-se da porta já que é uma mansão por andar, imaginei o tamanho do lugar e ele pega uma chave em seu bolso. Entramos, e como estou agitada nem presto atenção no lugar, percebo que é imenso e após um chamado de Richard meu anjo aparece em um dos corredores vestidos em um moleton cinza e sem camisa. Nossa que visão! A dor que eu sentia se minimiza porém meu corpo se agita e o coração acelera por outro motivo, seu olhar em mim que é tão intenso que parece que ele não acredita que eu esteja ali.