Capitulo III - Um novo Sol

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Acordo bem cedo como de costume, mas me parece tudo tão diferente, me sinto tão diferente. Vou direto ao banheiro tomar um banho e demoro um pouco para sentir a água caindo sobre a minha cabeça e tenho uma sensação reconfortante. Escovo os dentes e ainda enrolada na toalha vou para o quarto e escolho dentre as várias sacolas um vestido amarelo claro longo com alças finas da Abercrombie, enfim, ainda não tive tempo de arrumar tudo aquilo em meu pequeno closet. Enxugo os cabelos, faço um penteado rápido e logo após me arrumar arremato o look com uma maquiagem super leve. Vou até a cozinha e meu lindo pai está já tomando seu café e minha mãe está fazendo panquecas e ovos mexidos. 

-        Filha e então como foi ontem? — pergunta minha mãe — O que você decidiu? Vi nesse momento meu pai se balançar um pouco na cadeira.

-        Conversei com o Sr. Sanders sobre situações pontuais da empresa. Expliquei que me senti um peixe fora d'agua e que de fato eram muitas responsabilidades que eu deveria assumir. Falei sobre a ligação de uma "amiga" dele que me tratou como um nada.

-        Como é? Pergunta meu pai em um tom alterado

-        Pai calma, fique tranquilo. De fato no início me afetou bastante pois não estava esperando por aquilo. Mas ela foi direta em dizer que o Sr. Sanders não gostava de assistentes e que eu seria a décima quinta a ser mandada embora em apenas três meses.

-        Minha nossa que horrível filha! - Fala minha mãe surpresa — Deve ter sido bem difícil seu primeiro dia

-        É mãe. Foi bem cheio. Mas, estava decidida a nunca mais voltar lá. Foi então que tive a ideia de sair com pelo menos parte das solicitações feitas pelo meu chefe, devidamente prontas. E assim o fiz, consegui uma reunião para hoje às 10:00 com um grande empresário espanhol e deixei a maioria dos relatórios organizados. Mas, nem em sonho que eu esperava que o Sr. Sanders viesse até aqui.

-        Percebemos como ele gosta de você. Principalmente quando não quis mais largar a sua mão. — Disse meu pai - minha mãe tossiu. Aconteceu algo que queira nos dizer filha?

-        Pai, nem eu mesma sei o que está acontecendo. Contudo, prometi que iria ajuda-lo no que precisasse e no que estivesse ao meu alcance.

-        E não está na hora de ir? Vai perder o horário do ônibus — Disse minha mãe para tentar amenizar a situação.

-        Na verdade, o Sr. Sanders vem me pegar aqui.

-        O que?! Filha enlouqueceu? — grita meu pai

-        Pai foi uma exigência dele. Ele já deve estar chegando. — mal acabo de falar uma buzina toca lá da rua.

-        Eu não acredito nisso, Soledade. Vão começar a falar de você filha. O que deu em você. Diz meu pai, passando a mão na cabeça. Além disso, essas roupas que te deram... nem sei o que pensar

-        Pai, está tudo bem não estou fazendo nada errado. Por favor acredite em mim.

-        Noah, nossa filha é de maior e o que é que tem? — sai minha mãe em minha defesa. Aproveito para ir até a janela acenar para ele. Então minha respiração acelera. Ele está encostado no carro usando um terno azul escuro, que enaltecem ainda mais sua beleza e seus lindos olhos cor do oceano. Olhos que estão olhando para mim atentamente e de repente um sorriso mostra lindos dentes brancos para mim. Eu então aceno e ele devolve com um pequeno gesto com a cabeça. Meu pai então se aproxima de mim e fala para eu tomar café e me apressar.

-        Pai está tudo bem. — então lhe dou um abraço apertado, pedindo por sua confiança. — nunca faria nada que os desapontasse. — Jamais faria algo que os magoasse. Acredite em mim, por favor. — digo suplicante

No fim do túnel tem açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora