Capítulo 20

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12 de Setembro, Bon Temps, 19:20h

O som gutural vinha de algum lugar atrás dela e lentamente Isadora se virou, temerosa do que pudesse ser – vampiro ou lobisomem – e então encontrou a figura humanóide parada a alguns metros dela. O braço esquerdo havia sido arrancado e o vampiro a encarava com o olhar mais mortal que ela já tinha visto em toda a sua vida.

Isadora ameaçou correr, mas o vampiro foi na mesma direção, insinuando que ela não tinha escapatória. A garota engoliu seco e seu coração voltou a acelerar. Ela encarou os olhos vidrados de seu agressor e antes mesmo que ela pudesse perceber ele já estava a menos de um passo de distância segurando-a pelo pescoço, erguendo-a do chão com facilidade.

Ela sentiu sua garganta sendo esmagada, o ar lhe faltando e, em vão, tentou gritar por ajuda, mas o som que saiu foi mais baixo que um sussurro. O vampiro riu de lado, gostando do desespero que via nos olhos da garota.

- Tudo isso é culpa sua. – ele disse e apertou mais um pouco a mão em torno do pescoço dela.

Com o aperto, Isadora sentiu a gargantilha de prata machucar sua pele e estranhou o fato do vampiro não urrar de dor, e só então percebeu que ele usava uma luva de proteção. Mas que merda! Ela pensou e começou a sentir os primeiros sinais da falta de oxigenação em seu cérebro quando uma forte tontura lhe invadiu. Ela tinha que fazer alguma coisa, aparentemente ninguém apareceria para ajudá-la e se ela não fizesse nada, sua vida terminaria ali, no meio daquele bosque.

NÃO! Ela não se entregaria assim tão facilmente. Usando as últimas reservas de energia que tinha ela forçou-se a se concentrar no vampiro a sua frente. Fisicamente ela não era forte o bastante, mas sua mente já tinha sido capaz de jogar um vampiro longe e ela faria isso novamente.

Um estalo de galhos se fez ouvir a poucos metros de onde eles estavam e a figura imponente de Eric apareceu por entre as sombras. Seus olhos encontraram os de Isadora e por um segundo ela soube que tudo ficaria bem.

- Solte-a. – ordenou Eric numa voz grave e séria. – Agora.

O vampiro que segurava Isadora tremeu um pouco ao ouvir a voz autoritária do xerife, mas não estava realmente disposto a obedecê-lo. Ainda segurando o pescoço de Isadora fortemente, ele voltou sua cabeça em direção ao xerife e o encarou com desdém. Ele sabia que estaria morto de qualquer maneira, mas levaria a humana consigo.

Eric olhou mais uma vez para Isadora, que começava a ficar desnorteada com a falta de ar e seus instintos gritavam para que ele a salvasse, mas o xerife sabia que se desse um passo que fosse, o vampiro poderia quebrar de vez o pescoço dela.

Isadora viu o dilema nos olhos azuis de Eric e soube que era ela quem teria que se safar daquela situação. Novamente ela voltou a se concentrar no vampiro que a segurava, fechou os olhos e, em sua mente, visualizou o vampiro sendo empalado por um galho de uma das árvores próximas. Seu desejo foi ficando cada vez mais forte, conforme ela se concentrava ainda mais e então, subitamente ela abriu os olhos e sentiu seu corpo batendo de volta ao chão.

O grito espantado do vampiro durou apenas um segundo antes dele ser prensado contra uma grande árvore centenária, sendo perfurado por vários galhos ao mesmo tempo. Em seguida uma bolha de gosma vermelha explodiu e despencou no chão formando uma poça nojenta.

Eric observou abismado o que acontecia diante de seus olhos, mas mal o vampiro virou gosma, ele já estava ao lado de Isadora, que tossia enquanto respirava profundamente, inundando seus pulmões com o ar fresco da noite.

- Você está bem? – ele disse segurando em seus ombros.

- Sim. – ela disse massageando a garganta. – Ele era um pouco maior que uma banqueta. Só isso. – e riu de lado.

Eyes of Eternity (True Blood - Eric Northman)Onde histórias criam vida. Descubra agora