Capítulo 24

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13 de Setembro, Bon Temps, 19h

Todos estavam estagnados olhando para Russell. Até Eric, que seguia em direção ao vampiro, havia parado para entender o que tinha acontecido ali.

- Russell? Querido? – atreveu-se a falar Talbot, mantendo certo espaço entre eles.

- O QUE É ISSO??? – Russell gritou desesperado. – O QUE FOI QUE ACONTECEU COMIGO??? – e pela primeira vez em três mil anos, ele se sentiu cansado, o ar lhe faltando, o suor escorrendo pelo seu rosto.

- Você voltou a ser mortal... um reles mortal.... um PATÉTICO mortal. – disse Eric recuperando-se de tudo aquilo, aproximando-se rapidamente de Russell.

- Seu viking, como ousa...? – Russell tentou se impor, mas logo percebeu que tinha se tornado impotente diante daquele impiedoso vampiro.

Eric sorriu de lado, as presas à mostra. O dia que ele mais desejava havia chegado e agora ele tinha mais um motivo para se vingar. Com pesar ele olhou para Isadora, que parecia apenas adormecida na relva, e seu sorriso desapareceu. Agora os olhos que encaravam Russell eram cruéis, eram vingativos, eram raivosos.

Num átimo Eric imobilizou Russell e atacou seu pescoço, rosnando enfurecidamente. No segundo seguinte a cabeça de Russell rolava no gramado, enquanto seu corpo caía no sentido oposto. Eric urrava: raiva, dor, sofrimento, vitória.

Ele caminhou até a cabeça de seu inimigo, abaixou-se e, delicadamente, retirou a coroa de seu pai, que o ex-vampiro usava desrespeitosamente.

- Isso me pertence. – ele disse e, ironicamente, afagou o rosto morto com olhos esbugalhados de terror.

- RUSSELL!!! – gritou Talbot desesperadamente, partindo em corrida na direção de Eric com uma estaca nas mãos.

Vendo o que estava acontecendo Pam que, até então apenas observava tudo, também se apoderou de uma estaca e foi atrás de Talbot. Apesar de o vampiro grego ter mais de 700 anos, estava abalado demais com a morte de seu criador e não estava realmente em seu melhor desempenho.

Pam conseguiu colocar-se entre Eric e o vampiro grego, cravando-lhe a estaca antes que ele pudesse alcançar seu criador. O fato era que Talbot não havia se esforçado realmente, pois o que mais queria era ficar junto de seu criador, marido e amante por toda a eternidade.

Eric finalmente se levantou, olhou para a poça gosmenta perto de si e olhou para Pam, agradecendo-a com um gesto de cabeça. Os vampiros e lobos que ainda estavam por perto, ao presenciarem tudo aquilo, simplesmente desapareceram antes que pudesse sobrar pra eles também.

Bill e Sookie apenas observaram os acontecimentos e então foram para mais perto de Alcide e Sam, que estava bem machucado. Num gesto de camaradagem, Bill ofereceu seu sangue e Sam acabou aceitando, curando-se quase que instantaneamente.

E então todos se voltaram para o corpo inerte de Isadora.

Eric caminhou até ela, os olhos mareados de sangue, a dor esmagando seu morto coração. Ele não tinha conseguido cumprir sua promessa. Não tinha conseguido protegê-la.

Ele se abaixou e gentilmente colocou-a em seu colo. A lágrima de sangue insistiu em cair e ele deixou que seus sentimentos finalmente fluíssem.

- Me perdoe... – ele disse ao seu ouvido. – Eu não consegui... – e abaixou sua cabeça até perto do peito dela, abraçando-a, embalando-a.

Foi quando ele ouviu o som mais perfeito do mundo. O coração de Isadora ainda batia. Muito fracamente, era verdade, mas ainda batia. Ela ainda estava viva!

- Isa? Meu amor! – ele não se conteve. – Volte pra mim! – e fez o que qualquer vampiro teria feito: mordeu-se e lhe ofereceu seu sangue. – Beba, Isa! Vamos, aceite meu sangue! Volte pra mim! Por favor!

Eyes of Eternity (True Blood - Eric Northman)Onde histórias criam vida. Descubra agora