Corre

29 2 0
                                    

CAPÍTULO SETE



Fim do mistério! Pelo menos de parte dele. Ramon era realmente inocente e eu estava sendo injusto com nosso guitarrista. Depois disso, Ramon falou de como haviam o largado no mato e os outros detalhes do ocorrido. Conversamos um bom tempo após falar que suspeitávamos dele, mas ele não ligou, pois depois de agente o contar sobre o Lensson, ele também se sentiu culpado por acreditar nos vampiros e perder o livro, que de maneira ainda suspeita poderia ser nosso passaporte para o "estrelato".


- Como será que o Lensson funciona hein? - perguntou Adam devaneado. Ainda estávamos na sala, e o sol começava a aparecer levemente reluzindo através da janela. O clima estava menos tenso, claro! Eu estava contente, meu amigo não tinha virado um criminoso e a minha banda que nem ao menos tinha começado de verdade tinha acabado.


- Se a gente pudesse recuperar ele - disse Fred também sonhador.


- Nós sabemos onde ele está não sabemos? - disse Fred me motivando, pois rapidamente me ocorreu a ideia de ir até a pousada. Olhei pra eles com olhar de possibilidade e eles concordaram...


Estávamos parados a beira da estrada deserta e esburacada cercada de muito mato. Sim! O Ferrão resolveu dar uma dormida antes de mim que também entediado morria de sono.


- Onde é que fica a porcaria dessa pousada mesmo? - reclamou Adam atrás de mim.


- É por aqui mesmo. - respondeu Ramon do meu lado.


- Estranho! Eu nunca ouvi falar desse lugar - falei.


- Claro! Fica praticamente fora da cidade. Já vim uma vez com um tio meu que ficou nessa pousada por uns dias. - disse Fred.


- Ele estava foragido? - perguntei.


Fred riu.


- Vocês vão ter que sair pra empurrar se quiserem chegar lá ainda hoje. - falei. Os três com preguiça saíram, caminharam pra traseira do carro e com esforço empurraram o ferrão que se moveu muito pouco, mas funcionou. Correndo entraram novamente.


- Vocês já pensaram em malhar? - propus vendo suas caras de cansados apenas pelo empurrãozinho que deram no carro.


Cursamos uns dois metros e dobramos a esquina. Logo avistei uma grande casa de madeira com uma espaçosa varanda, também tinha um mercadinho ao lado, ambos do lado esquerdo da estrada, com um posto de gasolina do outro lado da rua. A estrada, o posto, a pousada eram todos escuros devido às sombras das grandes árvores ao redor.


Adam gargalhou.


- Já? - perguntei encarando Fred pelo retrovisor.


- Eu não lembrava! - explicou-se. Encarei Ramon, mas ele já se justificava com sua expressão de medo. Parei o carro e apreciei nossa total falta de preparo, pois no impulso de vir até a pousada nem ao menos sabíamos o que fazer depois.


- Qual era mesmo o plano? - perguntou Adam tenso.


- A janela deles fica desse lado. - lembrou Ramon.


- E se eles estiverem aí? - perguntou Adam.


- Acho que não. Não tem nenhum carro estacionado. - deduziu Fred que era genial pra confusão.


- Pode ser! - confirmei. - Vamos?


Olhei pra Fred e Adam e não duvidaram, saímos do carro. Ramon hesitou um pouco e depois saiu.


- É melhor a gente entrar logo por aqui - propus olhando pra mata ao nosso lado, não poderíamos aparecer na frente da pousada e arriscar que nos vissem. Ramon concordou e então caminhamos alguns metros pelo baixo capim, até adentrar nos capins mais altos entre as grandes árvores. Com dificuldade, andamos pelo chão úmido na direção da pousada sempre contornando a visão da rua, até avistarmos entre algumas árvores, a sua lateral.

O Mistério do Livro LenssonOnde histórias criam vida. Descubra agora