CAPÍTULO ONZE
Minha tarde de domingo não foi lá essas coisas. Realmente comi marmita com Fred que logo depois foi embora, falei com Ramon que havia ligado pra confirmar a história que Adam lhe contara, e depois com meu pai em suas ligações diárias. Fora isso, o resto do meu dia se baseou em guitarra, facebook, whatsapp, uns biscoitos que achei na geladeira, e olhadas na janela pra saber se algum maníaco de preto ou, Sata, como preferiam ser chamados me vigiava.
O crepúsculo já caía em Santa Rita. Eu como sempre entediado quando estava em casa, resolvi sair um pouco depois de fechar bem toda a casa e constatar que não havia ninguém suspeito lá fora. Saí no portão e fui caminhando sem rumo pela rua, queria apenas dar uma arejada naquele dia morno. A noite começava agradável e até movimentada com os carros, motos e pedestres que passavam. Meu celular tocou, tirei do bolso e atendi. Era meu avô.
- Oi vô!
- Alô? - disse ele com sua voz sempre vigorosa e animada.
- Oi vô?
- Meu filho tá fazendo o que?
- Nada, nada não, por quê? - era incrível como meu tom de voz sempre mudava quando falava com meu avô ou minha avó, ficava mais mansa.
- Faz um favor para o velho.
- O quê vô?
- Eu tenho que entregar um carro pra um cliente, faz isso pra mim.
- Hm. Onde é que tá o carro? - perguntei já com preguiça.
- Tá aqui na oficina, vem pegar.
- To indo aí.
- Tá ok! Estou te esperando.
Desliguei o celular e apressei o passo rumo à oficina do meu avô que ficava ao lado de sua casa no bairro vizinho do meu.
Minha caminhada não demorou muito quando o avistei sorridente conversando com um senhor próximo á um carro na frente da oficina.
- É esse filho. - disse ele com palmadas no carro enquanto eu me aproximava.
- Esse é o do Inácio? - perguntou o senhor bem mais velho que meu avô.
- É ele mesmo. O Davi! - respondeu meu avô orgulhoso não sei de quê.
- Tá muito grande. Como cresce rápido - disse o senhor admirado.
Apenas sorri.
- Bom, vou indo.
- Lembranças pra Helen! - respondeu meu avô solene ao sorridente senhor indo embora.
Meu avô, Cortês, era um velhinho bem sagaz, bem em forma pra sua idade.
- E o Ferrão? Tá cuidando bem dele? - perguntou passando o braço nos meus ombros.
- Claro vô! - menti culpado. - Cadê a vovó? - perguntei olhando pra sua casa.
- Saiu faz pouco tempo pra igreja com a Luiza. - respondeu. Luiza era minha tia recém-formada professora, deveria ter uns 27, 28 anos que morava com meus avós.
- Ah tá! E onde é pra deixar o carro?
- Você sabe onde é a casa do seu Lorenzo não sabe?
- Sei, sei.
Era um velho dono de uma joalheria e pai de um colega meu, que morava praticamente do outro lado da cidade.
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O Mistério do Livro Lensson
FantasyNa pacata cidade de Santa Rita no interior do Rio Grande do Sul, o estudante Davi e seus amigos companheiros de banda têm uma reviravolta em suas vidas ao encontrar um misterioso livro com supostos poderes sobrenaturais, entrando em uma tremenda bri...