CAPÍTULO DOZE
- Vamos entrando... - disse ele aproximando-se.
Não subimos nenhuma escada, pois seu quarto ficava próximo à área de serviço do hotel. Entramos. O quarto era bem pequeno, com uma cama de solteiro e mais parecia um depósito.
Após fechar a porta Daniel olhou fixamente pra Carmos e o abraçou.
- Você tá vivo! - disse solene. Provavelmente Daniel havia descoberto que Carmos estava vivo pouco antes de mim.
- Claro que estou, e pronto pra luta novamente - respondeu empolgado soltando-se do abraço. Eu continuava quieto no canto do quarto próximo a uns rojões de limpeza.
- Acho que seria melhor pararmos com isso Carmos...
- Quê?
- Eu estava disposto a continuar com toda essa história porque achava que você realmente tinha morrido, o que eu mais queria era me vingar a qualquer custo, mas agora sabendo que você tá vivo, seria melhor...
- Seria melhor o que Daniel? Não podemos desistir.
- Seria melhor parar com tudo de uma vez, não quero mais que você corra todo esse risco, eu estava pensando em voltar para o orfanato... Eles precisam da minha ajuda lá.
Daniel falava com tristeza. Devia está realmente preocupado com Carmos.
- Isso tudo também é por mim Daniel, agora é pessoal, aliás, sempre foi pessoal. Esses infelizes desgraçaram nossas vidas mais do que já eram desgraçadas.
Daniel fez silêncio.
- E o Edgar também era meu amigo - concluiu Carmos.
Daniel hesitou um pouco, olhou pra mim e voltou-se para Carmos novamente.
- Tudo bem! - disse ele decidido.
- É isso! - comemorou Carmos.
Senti uma onda de ansiedade e nervoso tomar conta do meu corpo.
- E ter o Lensson novamente - continuou o empolgado Carmos. - Já tenho planos!
- Calma! Primeiro veremos o que fazer com eles - disse Daniel voltando-se a mim.
- Com a gente? - perguntei. Provavelmente era pra nós não nos metermos mais. - Nós não vamos mais nos meter, atrapalhar... Mas ajudamos se quiserem.
Falava por mim, eu sabia que Ramon e Fred talvez não se metessem mais nisso, Ramon por já ter trauma daqueles malucos, e Fred já havia se metido em muita confusão, já tinha sido até preso, não arriscaria se meter em mais uma. Talvez Adam topasse por ser mais inconsequente, ou não também já que sempre se acovardava quando a coisa ficava mais séria.
- Não é tão simples assim garoto - disse Carmos. - Eles são muito vingativos, depois de hoje provavelmente já estão te procurando, você não poderá mais voltar pra casa.
Você não poderá mais voltar pra casa. O que isso significava? Talvez eu não estivesse ouvido direito, mas comecei a entrar em pânico. Percebia a gravidade da situação, e eles realmente sabiam onde eu morava. O que poderiam fazer? Bateu um frio na barriga e me veio logo à cabeça a imagem daqueles maníacos mexendo na minha guitarra, mexendo nas coisas do meu pai...
- Caramba, não pode ser! - eu disse incrédulo. - Como não posso voltar pra casa? Pra onde eu vou? - perguntei me desesperando.
- Sumir da vista deles... - disse Daniel.
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O Mistério do Livro Lensson
FantasyNa pacata cidade de Santa Rita no interior do Rio Grande do Sul, o estudante Davi e seus amigos companheiros de banda têm uma reviravolta em suas vidas ao encontrar um misterioso livro com supostos poderes sobrenaturais, entrando em uma tremenda bri...