A Banda Lensson

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CAPÍTULO VINTE E QUATRO



Aterrissei lentamente e quando pus os pés em uma rocha não consegui ficar em pé com as pernas bambas, sentei-me soltando do paraquedas e deitei sentindo um imenso alivio. Daniel que aterrissara ao meu lado estava com uma expressão tão louca de alegria que nem parecia ele. Rapidamente subi na pedra e ele subitamente me abraçou eufórico.


- O livro não se fechou! - disse ele suspirando forte.


- Era o meu maior desejo naquele momento - respondi. - O que fez com as outras páginas?


- Salvei nossa vida - respondeu. - Um paraquedas pra mim, um pra você, e quis que os satas perdessem suas habilidades.


- Por isso Anita não teve tempo de me matar - eu disse. Daniel salvou minha vida duas vezes, de repente me senti mal por ele ter gasto as únicas três paginas sem realmente realizar seu verdadeiro sonho.


- Salvou nossas vidas! - disse ele.


- Como? - perguntei confuso já que ele que havia nos salvo.


- Usou sua pagina para que o livro não se fechasse - explicou. Não me senti melhor, queria mais que tudo que ele realizasse seu sonho.


- Só pensei na hora que era você quem deveria ter ele. Sinto muito, eu sei para que você o queria.


Daniel continuou sorrindo triunfante pra mim e puxou algo do bolso.


- Olha no que capa se transformou - disse me passando a capa do livro que estava dourada com um desenho de um mapa, e assim como Daniel eu sabia, era onde ele encontraria sua verdadeira família. Também comecei a rir sem parar e tive vontade de falar o quanto eu estava eu feliz por ele, mas sabia que não precisava. Olhamos pra cima e minha perna ficou bamba novamente só de ver a altura de onde caímos.


- O hipnotizador perdeu o poder não é? - perguntei.


- Sim. Todos já estão bem - respondeu. - É parceiro vamos sofrer pra sair daqui - continuou ele. Mas na verdade não, ouvimos um barulho e avistamos dois jipes que passavam em uma trilha bem distante, assobiamos para eles e por sorte nos avistaram, e saindo com dificuldade da trilha logo vieram até nós. Torci para que não tivessem visto o corpo de Anita, e provavelmente não viram, pois agiram normalmente com a gente.


- Queremos subir! - disse Daniel - Para o festival.


- Vamos! - chamou o rapaz de um dos jipes ignorando nossas pequenas queimaduras.


- Sobe - disse a garota loira do outro jipe.


Subi no jipe da garota e Daniel no do cara e com dificuldade chegamos até a trilha. Pra meu alivio a garota não perguntou nada de porque estávamos ali, apenas me falava de como estava empolgada com seu casamento que seria na semana seguinte, o noivo era o cara do outro jipe. Passamos um longo tempo na trilha e eu percebia o penhasco ficar cada vez mais baixo até se transformar em um barranco com uma escadaria.


- Subam aí, vão direto pela estrada que logo chegarão até o festival. - disse Arthur, o rapaz do outro jipe.


- Valeu! - eu disse pulando do jipe.


Daniel também agradeceu e nos apressamos até a escadaria, e depois na estrada.


Pensei que não poderia ficar mais cansado, mas me enganei quando tivemos que subir aquela escada gigante e caminhar pela estrada que parecia não ter fim. E foi com esforço que chegamos de volta ao festival. Carmos, Adam, Ramon, Fred, Jennifer e Alice estavam juntos no estacionamento pra meu imenso alivio e todos estavam desesperados até nos verem. Jennifer me deu um beijo tão demorado que tive que esconder minha excitação com as mãos. Fred zoou por eu ter novamente perdido a camisa e Carmos já adivinhava que tudo havia dado certo, pois sorria satisfeito e era o cara mais confiante que eu já conhecera. Agradeci a Fred por não ter atirado no hipnotizador, pois não queria que um dos meus melhores amigos fosse um assassino. Foi um alvoroço, mas explicamos tudo o que havia acontecido detalhadamente. Nos contaram como foi ser hipnotizados, de como é estranho está fazendo algo e do nada se desligar como se estivessem sonâmbulos. Ramon disse que era como se tivessem apertado um botão de "desligar" no momento em que ele corria com agente e depois de "ligar" quando ele se deu conta de que estava ajoelhado com os braços pra cima. Após o transe, a polícia reconheceu Águia e o hipnotizador e os prenderam. A ambulância havia passado pra pegar um rapaz baleado que logo souberam que era Ronald, e ouviram um boato de dois corpos encontrados no precipício, provavelmente Dener havia se suicidado.

O Mistério do Livro LenssonOnde histórias criam vida. Descubra agora