Uma fria manhã...

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CAPÍTULO CINCO



Mesmo com frio nós corríamos animados como crianças naquele temporal, mas toda a empolgação mudou instantaneamente quando lembrei da minha guitarra, que estava perto da janela aberta e já devia ter molhado com a tempestade. Apressei-me com Adam e logo chegamos à minha casa.


- Pega uma toalha pra mim mano. - pediu balançando a cabeça com frio quando entramos em casa.


- Vamos subir! - chamei ofegante também com frio e ansioso pra pegar o livro. Subimos as escadas e logo entramos no meu quarto. Com a chuva ainda muito forte, fechei as janelas e entreguei minha toalha a Adam, e pro meu desespero minha preciosa guitarra estava molhada e caída no chão.


- Acende a luz aí! - pedi puxando a toalha dele pra enxugá-la. Adam cruzou os braços com frio.


- Qual é Davi? Cadê o livro? - perguntou notando que eu estava dando mais importância à guitarra.


- Calma! A gente nem sabe se é o verdadeiro Lensson. - falei deixando a guitarra na cama. Ansioso, abri o guarda-roupa e me abaixei pra pegá-lo, enquanto Adam acendia a luz. Não o vi em cima de algumas camisas no fundo, onde eu havia o deixado, revirei as camisas e não o encontrei.


- Caramba eu tinha deixado ele aqui... - falei já assustado enquanto Adam se aproximava e me ajudava a procurar.


- Será se você não deixou em outro lugar e não lembra? - perguntou ele. Balancei a cabeça negando, pois eu tinha certeza que havia o deixado ali. Baguncei outras roupas com Adam, e aflito não o encontrei.


- Eu tenho certeza que deixei esse livro aqui - falei intrigado me distanciando do guarda-roupa. Sentei na beira da cama e Adam continuou procurando. Eu estava começando a me preocupar com a possibilidade de alguém ter entrado no meu quarto e roubado o livro. Mas não era normal esse tipo de coisa acontecer em Santa Rita, mas levando em conta tantas coisas anormais que haviam acontecido, era bem possível.


- Você acha? - perguntei a Adam que também olhava pensativo pra janela.


- Não sei. Quem ia ser o doido que ia entrar pra roubar só um livro...? - perguntou me fazendo gelar novamente.


- Caramba Adam, roubarem o livro desse jeito é mais uma prova que ele é mesmo o Lensson! - disse chocado.


Fui até a janela e a abri novamente sentindo um ventinho frio que entrava. Meu quarto ficava no segundo andar, por isso a janela era muito alta, mas havia uma árvore bem perto, que seria bem possível de alguém subir, ainda dei uma olhada na rua deserta com esperança de ainda ver alguém.


- Não acredito - resmunguei chateado batendo a janela com a chuva que continuava forte.


- Mas como souberam que o Lensson estava aqui...? - perguntou ele pensativo ainda com minhas roupas jogadas na perna.


- E quem foi... - continuei abismado.


- Cara não dar pra acreditar! - ofegou ele incrédulo.


- Tem noção Adam? Se esse livro realmente é poderoso, seria a chance de a gente levantar nossa banda... - eu disse esperançoso.


- Maneiro!


O fato de eu usar o Lensson pro nosso grandioso sonho me empolgava muito, mas esse entusiasmo era bloqueado pela grande curiosidade e vontade de desvendar todos aqueles mistérios.


- Será...? - exclamei com uma suspeita que me ocorria.


- O quê? - perguntou interessado encostando-se de braços cruzados no guarda-roupa.

O Mistério do Livro LenssonOnde histórias criam vida. Descubra agora