CAPÍTULO DEZOITO
Eu estava anestesiado e nem acreditava que havíamos conseguido resgatar as duas com tanta facilidade, afinal tudo havia sido bem mais fácil do que eu imaginava.
- Vamos direto para o acampamento? - eu perguntava após Daniel contar como se livrara da Águia tão facilmente entre as árvores.
- Sim! E agora precisamos de mais duas barracas - respondeu Carmos.
- Acampamento? Onde? - perguntou Jennifer estranhando. Só agora com mais calma percebia que ela e Alice estavam com os cabelos cortados bem curtos, o de Alice estava solto, não chegava nem nos ombros e o dela amarrado com um rabo de cavalo de uns dez centímetros, vestia uma regata branca bem suja.
- Mas eles não sabem onde elas moram Carmos, precisam mesmo ir para acampamento? - perguntou Daniel.
Eu concordava com Daniel, mas me animava na ideia da Jennifer ir para o acampamento pra dizer alguma coisa.
- Depois de hoje não duvido nada que eles as procurem e as encontrem fácil, ficarão mais seguras no acampamento - respondeu.
- Por acaso vocês tão falando da gente? Porque não vou pra acampamento nenhum - disse Jennifer.
- Vocês terão que ir - disse Carmos.
- Claro que não vamos, aliás, quem são vocês pra decidirem pra onde vamos ou não? - perguntou irritada.
- São os caras que te salvaram? - sugestionei ironicamente.
Jennifer se virou e me olhou feroz.
- Se vocês preferem virar oferendas daquelas agradáveis pessoas que sequestraram vocês para o capeta não precisam ir - disse Carmos.
Não segurei o riso.
- Jennifer... Nós vamos - sussurrou Alice assustada a ela.
Jennifer engoliu em seco.
- Onde fica isso? - perguntou ela.
- Vocês verão - respondeu Daniel. - Mas ainda terão que dar uma desculpa pra família de vocês.
- Não precisa... - disse Jennifer.
- Por quê? - perguntou.
- Os pais da Alice não moram aqui, ela mora na minha casa e meus pais estão viajando comemorando o aniversário de casamento.
- Que bom, um problema a menos - disse Daniel.
Depois de nos livrar das estradas de barro que pareciam não ter fim, finalmente chegamos às ruas já asfaltadas de Santa Rita e paramos em uma loja de utensílios de pesca e caça que ainda estava aberta. Daniel saiu até a loja e logo voltou sem nada.
- Vocês vão ter que dividir barracas - disse ele ao voltar para o carro. - Tinha apenas as duas que compramos ontem.
Comecei a me animar ao pensar em ficar com Jennifer na mesma barraca.
- Você dorme com o Adam que elas ficam com a sua barraca Davi - disse Carmos.
- Que droga - sussurrei não me contendo com a decepção.
Não demorou muito e logo já estávamos em frente da entrada de trás do quarteirão-floresta.
- O quê? Vocês tão de brincadeira com a gente não é? - perguntou Jennifer ao sairmos pela primeira vez com calma naquela rua.
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O Mistério do Livro Lensson
FantasyNa pacata cidade de Santa Rita no interior do Rio Grande do Sul, o estudante Davi e seus amigos companheiros de banda têm uma reviravolta em suas vidas ao encontrar um misterioso livro com supostos poderes sobrenaturais, entrando em uma tremenda bri...