O mar azulzinho estava calmo naquele dia. Os dois caminham olhando para frente, às vezes os braços se tocavam superficialmente. As ondas batiam nos pés dos dois e voltava. Após um longo silêncio. Any toma a iniciativa.
- Me desculpa. – Ela para de andar e vira para ele. – Eu fui uma imatura, uma infantil. Desculpa por ter fugido, por ter te deixado lá sem dá explicação...
Ele a interrompe. - Porque você fez isso? - O olhar dele está sério, duro.
- Eu tive medo. Você se declarou para mim e aquilo mexeu comigo de uma forma que me assustou. Eu não estava pronta para ouvir tudo aquilo, Poncho.
- Eu quero a verdade, Any!
Ela respira fundo.
- Eu tive medo que...
Ele envolve o braço na cintura dela, puxa e cola o corpo no dele.
- Você sabe que não é isso. Eu quero a verdade. Você pode continuar dizendo que teve medo, mais isso não é a verdade. A verdade é que você ainda é totalmente apaixonada por mim.
A forma como ele a segura nos braços, faz o corpo dela tremer e a forma como ele fala, faz com que o desejo de beija-lo seja mais forte. A respiração quente dele, deixa a pele dela arrepiada.
É difícil se concentrar com ele tão perto. Any faz um esforço para manter-se sã. O olha diretamente nos olhos.
- É verdade. Eu ainda sou completamente apaixonada por você. – Ele abre um lindo sorriso. – Mas isso não ta certo. Eu tentei te esquecer de todas as formas, droga! Eu não consegui! – Ele sorri mais aberto ainda. – Tira esse sorrisinho da cara, Poncho. – Ela cruza os braços como uma menina emburrada.
- Eu sabia! – Ele vibra vitorioso. Toca nos braços dela – Any, as coisas podem ser diferentes agora. Vamos da mais uma chance ao que a gente sente! – Ele cola a testa na dela e sussurra. – Vamos recomeçar de onde paramos!
- Você não entende. Eu não posso simplesmente passar uma borracha em tudo que passamos.
- Pode sim. Eu pensei muito nisso. – Ele não cabe de tanta felicidade. – Podemos retomar...
- Vamos com calma, Poncho. Eu vim me desculpar. Mais não vim reatar nosso namoro.
O sorriso no rosto dele murcha. Já não se vê a alegria. Ele volta à postura séria de antes.
- Então o que você quer?
Any respira fundo pelo nariz, estende o braço direito. – Amigos?
Poncho franze a testa. Ela estava querendo ser amiga dele? Eles nunca conseguiram ser amigos, namoraram e brigaram e só. Com os olhos pequenos, ele analisa ela. Talvez, se começassem como amigos como pessoas normais... Não. Ele balança a cabeça. Talvez, se vissem com mais frequência... Talvez se todos os dias eles saíssem, encontrasse uma desculpa para se vê...
- Ok. – Ele aperta a mão estendida dela. – Mas isso significa que vamos poder nos ver, sair, conversar, você vai poder ir lá pra casa como os amigos fazem, não é?
Any sorri. – Sim.
Poncho beija uma bochecha dela. Any se assusta.
- Amigos se beijam. – Ele sorri maroto. Pisca um olho. – Vou voltar para o trabalho agora, nos vemos mais tarde, Any.
Ele sai. Deixando-a só parada na areia da praia. Ela observa-o subir os degraus que dão para o calçadão e desaparecer no interior do restaurante. Any sorri. Caminha tranquilamente pela areia de volta para o carro. Estava na cara que essa história de amizade não daria muito certo se tratando dos dois.
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Fim de expediente. Alfonso fecha o restaurante. Já passava das 23 horas. Sua Honda o espera estacionada à duas quadras dali. Tranquilamente, ele caminha, acende um cigarro.
Ele sobe na moto, liga e da partida. No meio do caminho, seu celular toca. Com dificuldade, ele tira o aparelho do bolso e atende.
- Alô!
- Como você está? – Any sorri, segurando o celular na orelha. – Achei que já que somos amigos não tem problema eu te ligar, não é?
- Claro que não. – Ele abre um sorriso. – E ai? Como foi seu dia? – Ele diminui a velocidade da moto.
- Normal. Nada muito novo. E você?
- O restaurante tava lotado hoje. Parece que a cidade inteira resolveu sair para comer fora.
- Então foi bom. Ganhou muitas gorjetas.
- Que nada. – Poncho revira os olhos. – As pessoas são mão de vacas.
Any solta uma gargalhada que faz Poncho ri também.
- O que está fazendo? – Ele muda de assunto.
- Estou deitada na cama. Pronta para dormir.
- Essa hora? Ta cedo!
- Isso porque você não precisa acordar às 6 da manhã.
- Meu horário é as 10.
- Ta vendo? Queria eu ter uma folga dessa.
- É. Mas você não fica em pé o dia todo carregando bandeja de um lado para o outro.
- Isso é verdade.
Silêncio.
- Any?
-Hum.
- A gente se vê amanhã? Vai ter corrida amanhã de noite.
- Você vai correr?
- Vou.
- Então eu vou.
- Até amanhã.
- Até amanhã, Poncho. – Ela desliga o telefone.
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Te Esperarei
Fanfiction2º Livro Continuação da história SEM LIMITES. "Eu quero morrer" Foi o que ele pensou quando foi embora. Quando pegou o avião á dois anos atrás. Queria acabar com tudo. Sim, um simples acidente era melhor. Para que ninguém fosse culpado, nem que...