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Era madrugada quando eles voltaram do hospital. Rodolfo fez todos os exames e precisou ficar em observação, só depois de uma hora da manhã que foi liberado quando os principais exames ficaram prontos. Os dois rapazes estavam exaustos. Chegaram em casa já passava das duas horas da manhã.
Dulce estava dormindo, o braço por baixo do corpo, o rosto virado para o lado direito, o outro lado solto, batendo no chão. Christopher virou a namorada de barriga para cima. Aos poucos foi abrindo os olhos, muito sonolenta.
- Que horas são? – Tira o cabelo do rosto.
- Duas da manhã. – Ele a pega no colo. – Vem, vou te colocar na cama. Você dormiu toda torta.
- Meu braço está formigando.
- Você dormiu por cima do braço. – Caminha com ela em seu colo e a leva para o quarto.
Poncho acomoda o pai no quarto e logo depois vai para o seu antigo quarto. A luz estava acesa, Any dorme tranquila no meio da cama, um livro aberto, jogado ao lado. Ele tira o tênis, desabotoa a calça e a joga no canto junto com a camisa. Apaga a luz do quarto, o quarto fica um breu. Com cuidado caminha até a cama, puxa o cobertor e se cobre. Com um braço, ele puxa a namorada para perto do seu corpo. Any se aconchega no peito dele. Procura o interruptor ao lado da cama e desliga a luz. Poucos segundos depois, cai em um sono profundo.
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Na manhã seguinte, Any sente os raios de sol batendo no rosto dela. Ela franze a testa e tenta esconder o rosto no travesseiro, mas o sol estava quente e incomodava o rosto dela. Com dificuldade abre um pouco os olhos.
- Bom dia! – Ele sorri para ela. Sentado na ponta da cama, amarra o cadaço do tênis branco.
- Bom dia! Que horas são? – Tenta se situar. – Você demorou ontem. O que aconteceu?
- São oito horas ainda. Demorei porque só fomos liberados quando saiu o resultado dos exames.
- E como foi?
Ele vira o corpo, fica de frente para ela.
- Meu pai não está bem, Any. Eles ainda estão investigando, provavelmente hoje irão fazer mais exames. Queriam deixá-lo internado, mas ele não aceitou. Tiveram que liberar com a promessa de que hoje ele voltaria para fazer o restante dos exames.
- Poxa, mas eles disseram o que achavam?
- Acham que ele teve um princípio de infarto. Não chegou a enfartar de fato porque fomos muito rápido e levamos direto para o hospital.
- O que você vai fazer? – Ela senta mais perto dele.
- Eu tenho que trabalhar. Christopher vai acompanhá-lo nos exames hoje.
Any o abraça.
- Eu sei que você está com medo do que possa acontecer. - Segura o rosto dele entre as mãos. - Não precisa ficar assim, vai ficar tudo bem.
Poncho beija o topo da cabeça dela e se levanta.
- Vou sair agora, você quer uma carona para casa?
- Quero. – Levanta da cama. – Vou escovar os dentes e volto logo.
Ela entra no banheiro. Poncho senta na cama, tira o telefone do bolso e disca um número.
- Fala Poncho! Que milagre receber sua ligação.
Poncho revira os olhos.
- Tem um bagulho ai? To precisando espairecer.
Derrick solta uma gargalhada.
- Vem pra cá. Estão todos aqui na minha casa. Quem é vivo sempre aparece. – Sorri enquanto solta a fumaça.
- Chego em meia hora.
Ele desliga o telefone e se vira. Any está parada na porta, os braços cruzados e com uma cara que é melhor não mexer. Poncho respira fundo e solta o ar devagar.
- Com quem você estava falando?
- Com Derrick.
- Você sabe que eu não gosto que você se meta com esse cara. Ele não me inspira confiança.
- Ah, qual é Any? Vai ficar querendo se meter na minha vida agora é?
- Se você estiver fazendo merda, sim, vou me meter quantas vezes for preciso.
Poncho da as costas para ela, pega a carteira em cima da mesinha de cabeceira e coloca no bolso.
- Não quero brigar então, vamos logo! – Sai do quarto sem olhar para ela.
Any respira fundo e vai atrás.
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Em dez minutos chegaram ao apartamento da garota. Any desce da moto, arruma os cabelos que estavam assanhados.
- Vem, desce dessa moto e vamos conversar. – Ela toca o ombro dele.
Poncho olha para ela. Não queria subir porque se subisse, ele sabia que não ia encontrar os amigos. Mas o olhar dela... Aquele olhar que ele tanto ama estava implorando para que ele cedesse... Para que ele subisse com ela...
Poncho desliga a moto e desce da mesma. Any sorri doce, estende a mão e ele pega na mão dela. Ela o puxa para dentro do apartamento.
A sala estava fazia. Com certeza pela hora Maite já tinha saído. Os dois calados passam pela sala e entram no quarto da garota. Any joga a bolsa em cima da cama, pega uma liga de borracha e prende o cabelo em um coque mau feito. Ela se vira e o encontra sentado de cabeça baixa na cama dela.
- Ei! – Ele levanta a cabeça. – Quer conversar?
- Me desculpe. Eu estava prestes a fazer uma besteira.
- Eu sei. – Ela se aproxima e o abraça. A cabeça dele encosta no colo dela. – Derrick nunca é coisa boa. – Alisa os cabelos dele em um cafuné, gostoso. – O importante é que você não foi.
- Eu me senti impotente. – Any se fasta do abraço, se agacha na frente dele. – Quando vi meu pai passando mal, eu percebi que ele pode morrer a qualquer momento e eu não posso fazer nada para salvá-lo. – Uma lágrima desce dos olhos dele. – Eu queria algo que por um minuto me fizesse esquecer desse sentimento.
- Você não precisa se drogar para esquecer. Eu posso te ajudar.
- Como?
Any sorri. Passa as pernas por cima dele e senta no colo, com as duas mãos empurra o tronco para trás, ele cai, deitado na cama. Ela se inclina, toca os lábios nos dele.
- Vou fazer você esquecer rapidinho. – Continua dando beijinhos por todo o rosto do rapaz.
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Te Esperarei
Fanfiction2º Livro Continuação da história SEM LIMITES. "Eu quero morrer" Foi o que ele pensou quando foi embora. Quando pegou o avião á dois anos atrás. Queria acabar com tudo. Sim, um simples acidente era melhor. Para que ninguém fosse culpado, nem que...