Anahí e Alfonso já estavam bem longe dos amigos. O caminho de terra e mato era iluminado apenas por pequenos refletores a cada 10 polegadas de distancia. Os dois conversavam, distraídos, sem se dar conta do quanto já tinham caminhado.
Ao lado as árvores frondosas encantavam o ambiente. No céu, pequenos pontos luminosos de estrelas. Por um segundo, Poncho se distrai observando o sorriso perfeito que ela dá. As duas covinhas dos lábios, a boca bem desenhada e os lábios cheios...
- Estou cansada! – Ela para de andar e se vira de frente para ele. – Vamos sentar um pouco. Depois ainda temos que andar mais para voltar.
Eles sentam na grama com as pernas cruzadas, um ao lado do outro. Any olha para o céu.
- Nunca vi o céu tão estrelado!
- Conheço uma lenda sobre isso. – Ele deita na grama.
- Ah, é? – Ela deita ao lado dele – E como é?
- Os índios acreditam que as estrelas são olhos de pessoas que nos contemplam todas as noites. – Vira o rosto para ela. – Você sabia disso?
- Não. – Ela ri. – Você está inventando!
- Não estou, juro!
Any ergue uma sobrancelha e volta a olhar para o céu.
- Ta bem. Continua.
- Certa noite, um índio que admirava o céu estrelado viu, de repente, uma estrela diferente das outras era mais bonita porque brilhava mais e parecia inquieta. O índio se apaixonou por sua beleza. – Ele vira o rosto e fica observando-a. – Cansado de olhar para o alto acabou pegando no sono e adormeceu. – Any virou o rosto e os dois se olham. – A estrela notando que o seu admirador havia adormecido, desceu até a Terra e transformou-se numa linda jovem. A moça era linda de olhos azuis assim como os seus, cabelos chocolates e encaracolados nas pontas...- Ele pega uma mexa do cabelo dela e brinca de enrolar entre os dedos.
- Assim não vale. Você está me descrevendo!
- O que eu posso fazer se a mulher era bonita pra cacete?
Ela ri - Continua!
- O índio acordou e quando viu aquela gostosa na frente dele, ele espantou-se. – Any ri.- Sério, deixa eu contar minha história!
- Ok. Prometo não interromper mais.
- Ela aproximou-se dele e eles trocaram olhares... – Poncho vira o corpo de lado e a encara. – Conversaram... – Ele toca nos dedos dela. – E fizeram amor... – Any prende a respiração. – Mas a moça não podia permanecer por muito tempo na Terra. Entristecida, ela despediu-se para voltar ao céu. – Ele passa os dedos delicadamente, subindo pelo braço dela até contornar o rosto. – Ele demonstrou muita tristeza e ela o convidou para acompanhá-la. Ele aceitou e perguntou: "Mas como?" E ela respondeu: "Suba até o alto desta palmeira. Ela crescerá, crescerá, e levará você até o céu." E tudo aconteceu num piscar de olhos. Por alguns dias, eles permaneceram no céu. Porém, o índio era muito responsável, desejou vir a Terra comunicar à todos da aldeia sobre seu desejo de permanecer no céu. Então ele veio. – Ele aproxima o corpo do dela. – E logo retornou para viver para sempre ao lado da sua amada estrela. – Any sorri. Ele também. – Por isso é que quando uma estrela pisca, é quando o índio está fazendo amor com sua estrela.
- É uma linda história. – Ela fala olhando nos olhos dele.
Estão perto demais.
- Linda. Muito linda. – Ele aproxima o rosto do dela.
Any fecha os olhos. Ele encosta testa com testa. As respirações se confundem. Any abre os olhos. Perto demais. Poncho encosta os lábios nos dela. Ela abre passagem. A língua dele encontra a dela. O beijo ganha ritmo. Ele sugava os lábios dela para dentro da boca dele e cada vez que fazia isso, um gemido escapava da garganta dela. Any passa as mãos quentes pelos músculos dos braços e ele sente os seios roçando contra o peito dele. Poncho passa as mãos por baixo da blusa de linho e aperta a cintura dela.
Aos poucos os beijos vão diminuindo até pararem. Poncho solta um suspiro e deita ao lado dela na grama. Os dois olham para o céu. Ainda conseguiam sentir o corpo pegando fogo e o desejo latente.
- Por que parou? – Ela vira o rosto para ele, seu corpo pegando fogo.
- Porque ainda somos amigos. Não posso ultrapassar o limite.
Ela sorri.
- Então acho melhor a gente voltar. Já está tarde.
Poncho levanta e os dois seguem pelo caminho de volta. Dessa vez, calados. Cada um com seus pensamentos.
Foram andando até a Honda do Poncho que esperou que ela se ajeitasse no banco. Quando colocou os braços em volta dele, ele apoiou sua mão na dela.
- Fiquei feliz porque você veio hoje. Nunca me divertir tanto em uma noite em toda a minha vida.
Ela apoia o queixo no ombro dele e sorri.
A viagem até o apartamento foi lenta, de um jeito que não lhe era característico. A cada sinal vermelho, ele cobria as mãos dela com as dele ou colocava as mãos nos joelhos dela.
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Te Esperarei
Fanfic2º Livro Continuação da história SEM LIMITES. "Eu quero morrer" Foi o que ele pensou quando foi embora. Quando pegou o avião á dois anos atrás. Queria acabar com tudo. Sim, um simples acidente era melhor. Para que ninguém fosse culpado, nem que...