Cheguei em casa e não havia uma festa surpresa como eu imaginava.
Nem bolo e nem um cartaz "Bem vinda Clara". Apenas o silêncio assustador de sempre.Minha mãe abriu todas as janelas para permitir que o máximo de ar entrasse por elas e enchesse meus pulmões.
Resolvi ir até meu quarto, ler um livro talvez, ouvir música quem sabe.
Na metade da escada já estava sem ar, o problema é que isso nunca me ocorreu e parece que de repente eu fico doente.
Deve ser vingança do destino pelo o que eu fiz com o Henrique só pode.
Me lembrar do Henrique só me deixa ainda mais triste.
Desci a escada e minha mãe me olhou preocupada.
-O que foi?-perguntou minha mãe aflita.
-Nada, apenas falta de ar.-digo tentando encher os pulmões de oxigênio, minha tentativa falhará miseravelmente e eu caminhei até o meu balão móvel de oxigênio, sinceramente é horrível ter que dizer toda hora balão móvel de oxigênio. Encaixei os caninhos no meu nariz e agora estou respirando.-Pronto.-disse quando senti uma quantidade de ar suficiente para eu conseguir respirar.
-Clara vá para o seu quarto, descansar talvez. Vou ligar para o Arthur e avisar que você já chegou.-disse minha querida mãe.
Lembro-me quando era criança e aprontava e ela nunca dissera nenhuma palavra, deve ser que se sentia culpada pelo meu pai nunca estar em casa, ele sempre viaja a negócios, e depois de um tempo ela deveria ter se cansado e pediu o divórcio. E quando ela me beliscou e disse que mandar embora de casa, a vi voltar a ser aquela mãe que ficará aos meus 8 anos.
Subi as escadas e repousei-me na minha cama. Agora me parecerá tão grande e confortável, não se pode comparar com aquela cama de hospital.
Minha mãe entra no meu quarto com uma panela de brigadeiro e Doritos. Sim, eu gosto dessa mistura. Ela se senta ao meu lado na cama.
-E aí como você está se sentindo?-pergunta minha mãe.
-Estou me sentindo uma Hazel Grace da vida.
-Tá mais para um peixinho fora da água né filha?! A Hazel pelo menos tinha o Gus.
-Mãe!-a repreendo.
-Ok desculpa, não falo mais a verdade.
Rimos.
-Eu tenho o Arthur.
-É só sua mãe que é a encalhada daqui.-ela diz rindo.
-Você deveria sair mais. Sei lá, com o pessoal do seu trabalho.-digo dando a ideia.
-Eu não. Não quero homem. De coisa ruim já basta o seu pai.
-Nem me lembre dele.-digo revirando os olhos.
-Clara ele é o seu pai.-ela me alerta.-E ele ligou perguntando se você está bem.
-Então ele resolveu dar as caras. Ele já arrumou outra família? Porque tá demorando.
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O IRMÃO DO MEU MELHOR AMIGO
RomanceConta a história de Clara, uma menina linda, doce e calma, que tem um melhor amigo, Henrique, que ela adora e o irmão de Henrique, Arthur, que ela detesta com todas as forças. Esse livro pertence a mim, Maria Eduarda da Silva Coletti. E Plágio é cri...