51 CAPÍTULO

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-Eu quero conversar com você.

-Legal para você né Daniel.-respondo incrédula.

-Clara larga de ser assim. Aquele dia que te vi no hospital, eu fiquei louco. Eu quis ir te abraçar, te beijar, mas você está com o maldito do Arthur.

-Não fale assim dele. Ele é tudo o que você nunca será. Ele nunca me trairia com a Bianca, isso eu posso te garantir.

-Clara foi um erro, o pior de todos. Eu estava bravo por você não querer..quero dizer, não querer ter "ficar" comigo.

-Você quer dizer: não ir para a cama com você. Olha eu não sou obrigada a nada. Se eu não estava afim você deveria ter me respeitado.

-Eu sei. Eu deveria, mas era horrível ver aquele idiota dando em cima de você. Você tem que me perdoar Clara, por favor.-ele se ajoelha.

-Me dê licença.-digo levantando.

Sai da biblioteca não querendo sentir dó do Daniel. Mas é  isso que eu sinto depois dele  ter ficado de joelho para me pedir desculpas, eu não aceitaria aquelas desculpas. Sou orgulhosa demais para aceitar desculpas seja ela de quem for.

Caminhei até a minha sala. Estava louca para as aulas acabarem e eu poder ir embora. Pelo menos se era pra ter mais duas aulas, é de matemática.

Meu professor de matemática, Luan, entrou na sala. Ele é um gênio da matemática, é moreno e usa óculos. O restante da turma foi entrando logo depois.

Henrique pegou seu material e foi sentar no outro lado da sala, bem longe de mim para ser mais específica. Que cachorro, como ele ousa.

Senti um ódio enorme do Henrique, eu me humilhei sentando perto dele para voltarmos a nos falar e ele muda de lugar?!

Fiquei tão brava que cada questão que o professor passava na lousa, as fazia em alguns segundos.

O sinal bateu. Finalmente. Sai de lá o mais rápido possível. Eu caminhei puxando o Chuck (meu balão móvel de oxigênio) e avistei minha mãe no estacionamento.

-Vamos rápido querida, já estamos atrasadas para a sua consulta.-diz minha mãe me apressando.

-Ok, ok.-digo entrando no carro.-Por que o doutor Pedro quer me ver?

-Ele disse que é coisa boa.-ela diz contente.

-Sério?-pergunto desconfiada.

-É.-ela diz.

Fomos o caminho restante em silêncio. Ambas tentando adivinhar o que o Doutor Pedro tinha para dizer que era tão bom.

Chegamos ao consultório e enquanto minha mãe conversava com a secretária esperando eu ser atendida, liguei para o Arthur.

O telefone tocou e nada. Tocou novamente nada. Por que ele não me atendeu? Ele já terminou o vestibular. Tentei novamente.

-Arthur?-digo quando ele atende.

-Não aqui é a Bianca.-responde aquela voz de gralha.

O que?

-Cadê o Arthur?-pergunto brava.

-Eu não quero acordar o Arthurzinho não, tente mais tarde.-ela diz e desliga.

Arthurzinho? Quem é que a deu intimidade? E como ela sabe que ele está dormindo?

-Clara Nunes.-chama uma enfermeira.

Eu e minha mãe a acompanhados. Não sinto nem um pouco desse lugar, espero nunca mais ter que voltar aqui.

O IRMÃO DO MEU MELHOR AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora