63 CAPÍTULO

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-Quando a Clara era pequena, teve um dia de piscina na creche dela. Ela comeu tanto cachorro-quente que vomitou e o dia da piscina foi totalmente arruinado e as outras crianças queriam morder ela. –contou minha mãe e Arthur gargalhou.

-Mãe! –grito da entrada da cozinha.

-Falando dela. –minha diz para Arthur e vira-se para mim. –Clara, filha querida, como foi o passeio.

-Foi muito bom. –respondo e viro-me para Arthur. –E você, o que está fazendo aqui?

-Vim ajudar sua mãe a descascar batatas e preparar o jantar. –ele levanta a faca e uma batata recém descascada para mostrar que era obvio.

-E por que?

-Isso virou um interrogatório? –ele provoca.

Cruzo meus braços para mostrar que estou com raiva. O que era aquilo? Uma comitiva para falar dos meus desastres? Eu tenho inúmeros desde que beijei Arthur pela primeira vez.

-Filha, eu convidei meu namorado para jantar aqui e te conhecer e pensei que seria mais que justo se o Arthur também viesse. –minha mãe diz e meu queixo cai.

-Você tem namorado? –perguntamos eu e meu pai ao mesmo tempo. Olho com tom acusatório para Arthur.

-Nem vem, Clarinha. –ele diz dando de ombros. –Descobri isso agorinha.

-O que? Uma mulher bonita e independente igual a mim, não pode ter um namorado? –ela pergunta com a mão na cintura.

Minha mãe tinha um namorado e Arthur soube disso antes de mim.

-Estou me sentindo traída. –aponto para Arthur. –Ele soube antes de mim.

Arthur sorri e vem ao meu encontro e me embala em seus braços me roubando um beijo.

-Aliás, dona Leandra. –ele diz quando nos separamos. –Eu posso dormir aqui de novo? Vai ficar muito tarde para eu ir para casa.

-De novo? –pergunta meu pai. –Você já dormiu aqui?

-Dormir não é bem a palavra. –Arthur diz e sorri debochado. –Vamos dizer que eu passei a noite.

Meu pai ficou em silencio por um momento e eu pensei que ele não tivesse ligado para as palavras de meu namorado, mas depois de uns minutos ele esticou as mãos para o pescoço de Arthur, gritando:

-Eu vou te matar. –eu fiquei entre ele e Arthur.

-Ele está só brincando, não está Arthur? –olho com cara bravo mostrando que era para ele confirmar a história.

-É sim, sogrinho. –ele diz e eu me pergunto se ele não piorou tudo.

-Fica quieto, Arthur.

Minha mãe só observou a situação e continuou a descascar as batatas.

-Agora, vaza daqui. –diz minha mãe para meu pai, manifestando-se pela primeira vez depois daquela situação embaraçosa. –Não quero que meu namorado chegue aqui e ache que eu trouxe meu pai para jantar conosco.

-Seu pai? –meu pai pergunta indignado.

-É claro. –minha mãe responde. –Olha essa minha cara de bebê.

Eu e Arthur rimos e sorrateiramente subimos para meu quarto. Começamos a nos beijar e Arthur sorria quando nossos lábios voltavam a se encontrar. Deitamos na cama e ficamos juntinhos um no braço do outro até minha mãe gritar que era melhor nos descermos em menos de dez minutos ou ela subiria com o chinelo.

O IRMÃO DO MEU MELHOR AMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora