Capítulo 4

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James narrando...

Acordo com o sol invadindo meu quarto e fazendo piorar aquela maldita dor de cabeça.

"Droga! Não deveria ter bebido tanto." Apesar de ter bebido todas, a decepção e a frustração nunca sairam do meu lado...

- Droga! Droga! - praguejo debaixo do chuveiro - Tem que dar certo!

Saio do chuveiro, enrolando a toalha na cintura e desço a escada em direção à cozinha.

Becker invade meus pensamentos e eu sei que não deveria ter a tratado daquele jeito, o fracasso foi de todos nós.

- Hunter! - chamei em voz alta e logo o Husky siberiano aparece olhando para mim, seus olhos tem a mesma anomalia genética que os meus, Amy me presenteou afirmando que ele era minha alma gêmea - Oi garoto, vamos comer?

Volto ao meu quarto e visto o terno que tinha separado, pego o casaco e saio de casa trancando a porta. "Becker já deve estar no laboratório tentando arrumar uma solução"

- Bom dia senhor Helsten.

-Bom dia Senhora Stevens - comprimento a governanta - Eu tranquei a porta, mas você deve estar com a chave.

- Estou com minha chave, senhor - diz levantando o molho de chaves - Pode ir e tenha um bom dia de trabalho.

- Obrigado Senhora Stevens, para você também - Senhora Stevens cuida de casa algumas vezes por semana e fica fazendo companhia para o Hunter.

Entro no meu carro Ford Mustang Shelby GT500 Eleanor 1967, amo esse carro!! Sigo pelo caminho tranqüilo com Black Rebel tocando de fundo e chego a um dos prédios de Oxford.

- Bom dia professor Helsten - Fala uma garota que nem ao menos conheço.

- Bom dia - respondo com um sorriso e ela sai com suas companheiras sorrindo.

Sigo para o laboratório e reparo em vários grupos sussurrando algo, sorrio imaginando que alguém fez algo que não deveria em alguma festa.

Entro na sala, mas não há sinal da Becker, deve ter bebido também imagino a impossibilidade, Alexa Becker não bebe!

- Helsten! - Arthur grita me assustando.

- Jesus Arthur! Quase me mata de susto!

- Helsten, Becker está no hospital! - me diz e eu paro de respirar por um segundo.

Alexa narrando...

Minhas pálpebras estão mais pesadas e tenho que força-las a me obedecerem, finalmente consigo abri-las e percebo que não estou no meu quarto.

Pii Pii

Barulho de máquinas.

-Onde estou? - Digo sem ter certeza se realmente saiu isso da minha boca.

- Becker? - Conheço essa voz. Forço meus olhos a focarem na pessoa perto de mim e então vejo Helsten.

- James? - pergunto confusa.

- Sim, sou eu - responde com calma - Você está no hospital.

Tento me levantar, mas parece que não estou no meu próprio corpo.

- Não se mexe, vou chamar o médico. - Diz saindo do meu campo de visão e volta acompanhado com um senhor de cabelo grisalho, porém muito bonito.

- Olá senhorita Becker, como está se sentindo? - Como ele acha que estou me sentindo?! Estou no hospital e quase não sinto meu corpo.

- Na verdade não estou sentindo meu corpo.

- Não se preocupe, o efeito da morfina vai passar e ai você vai sentir mais do que deveria.

- Morfina?

- Senhorita Becker, lembra-se de alguma coisa que aconteceu ontem depois que saiu da faculdade? - Fiquei olhando para ele.

- Não lembro - Lembrava sim de algo, mas precisava manter isso para mim, por enquanto.

- Você foi encontrada na área de Oxford desacordada e sangrando, alguém dopou a senhorita, bateu e a roubou. - Por isso a morfina, pensei.

- Não lembro nada disso...

- Vou deixar a senhorita com seu namorado, talvez se lembre de algo e pode me chamar se precisar de alguma coisa. - Diz e sai do quarto.

- Namorado?

- Eles não me deixariam entrar se eu falasse que só trabalho com você, então falei que era seu namorado - explicou sorrindo - Quando seu verdadeiro namorado quiser te visitar a coisa vai complicar...

- Não tenho namorado.

- Eu sei Becker, só estava brincando - Falou fingindo impaciência.

Fiquei olhando para ele por mais tempo que deveria.

- Me perdoa. Eu queria falar que sentia muito, mas você estava tão bravo e não me deu tempo - Falei mais rápido do que o normal - Me desculpe.

- Jesus, Becker! Se tem alguém que deveria pedir perdão sou eu - Falou irritado - Se tivesse mantido a calma e te esperado, você não estaria nessa cama toda roxa. - Parou de falar e ficou olhando para o vazio, seus olhos quase demostravam dor.

- Se aquele maldito também tivesse te atacado de outra forma, eu... Eu não me perdoaria.

- Eu estou bem - Falei em desespero, vê-lo daquela forma era perturbador demais. - Helsten, eu estou bem - Senti a lágrima escorrer pelo meu rosto e me assustei. Não demostro meu sentimentos nem para mim mesmo e agora estou chorando na frente desse homem.

- Espero que sim! - Deu um sorriso fraco.

- Ei! Você disse que estou toda roxa? - Ele me olhou confuso.

- Você levou uma surra, Becker! Claro que esta roxa.

- Preciso de um espelho.

- Não precisa!

- Eu quero ver!

- Seu rosto não está tão roxo, vai desaparecer em dias - Disse me confortando - Creio que o resto do seu corpo que sofreu mais.

Fiquei olhando para cima, tentando esconder meu rosto frustrado dele e comecei a sentir meus olhos a pesar novamente.

- Acho que vou voltar a dormir, estou me sentindo cansada.

- Acho bom! - Ele sempre tem que dar a ultima palavra - Quer que eu ligue para alguém?

Kyle!!! Lembrei assustada.

- Preciso avisar alguém, mas ele não lidará com isso da melhor forma possível - Pensei por um segundo - Vou ligar assim que eu acordar.

- Tem certeza? - só consegui assentir, pois o sono me dominou...

Anomalia • Concluída •Onde histórias criam vida. Descubra agora