Anomalia • Concluída •

Capítulo 6

Discutimos mais um pouco sobre ir para a sua casa e ele acabou me convencendo. Eu estou muito dolorida e se o Kyle não me atendeu foi por um bom motivo, deve estar em campo.

Olho os vultos de pessoas pela janela do carro de Helsten, está uma noite tão gelada.

Passamos pela portaria e seguimos por um caminho até as casas vizinhas ficarem longe e então entramos pelo portão e consegui ter a visão da sua casa. Era linda! Praticamente de madeira e vidro.

- Ela é linda!

- Você tem que ver por dentro. - Disse sorrindo.

E realmente estou curiosa para saber como aquela beleza de arquitetura era por dentro. Ele saiu do carro e foi para minha porta me ajudar a sair.

- Obrigada - sorri.

Seguimos em direção á casa e assim que entramos um Husky siberiano pulou nele.

- Hunter Comporta-se! Temos visita - Sorriu fazendo carinho nele.

Me abaixo para passar a mão na sua pelagem e olhar melhor seus olhos. - Ele tem seus olhos.

- Amy achou que ele deveria ser meu pelo mesmo motivo, eu neguei no principio, mas cedi no final.

- Ele é lindo!

- Igual ao seu dono! - Rolo meus olhos e me levanto.

Sigo andando e reparando em tudo, tudo é a cara dele! Rustico e moderno ao mesmo tempo. O teto era alto e dava mais charme na sala com sofás cinza e visivelmente muito confortáveis, quadros eram expostos nas paredes e me faziam querer ficar olhando para cada imagem com a mais atenção possível.

- É ainda mais bonita com a luz do dia.

- Eu imagino - Digo com poucas palavras ainda observando os quadros.

- Vamos para a cozinha, creio que você esteja com fome - Sim, eu estava! Comida de hospital nunca é uma das melhores.

Entramos na cozinha e era incrível, creio que terei a mesma reação em cada cômodo. Era amplo e moderno, os armários de madeira eram embutidos e a ilha era em madeira escura com a superfície de mármore, uns lustres vintage ficavam acima dela, era linda! Percebi pequenos apetrechos nerds e ri.

- Não ri! - exclama quando percebe para onde eu estava olhando - Que cara não gostaria de ter um avental do Superman e uma torradeira do Star Wars?! - Gargalhei e ele ficou me olhando - Acho que essa é a primeira vez que ouço sua risada, e tenho que dizer que um som é prazeroso. - Ficamos nos olhando e isso estava acontecendo com muita frequência. Hunter late e o Helsten olha pra ele.

- Concordo Hunter! Devo fazer um delicioso macarrão.

- Não sabia que você cozinhava.

- Creio que você não conhece nada sobre mim, minha cara senhorita Becker.

- É, creio que não! Quer ajuda?

- Quero que você sente nessa cadeira ou suba e escolhe um quarto para deitar e descansar.

- Escolher um quarto, senhor riqueza?

- Tenho muitos amigos, Becker - Diz levantando a sobrancelha - Tem que ter lugar para eles dormirem.

- Okay popular! Se me permite, vou subir e pode me chamar quando estiver pronto.

- Está abusando da minha boa vontade senhorita Becker, espero que você me retribua! Escada primeira à direita, Hunter vai te acompanhar.

Saio da cozinha pensando no que ele quis dizer com "Espero que você me retribua". Hunter realmente fica ao meu lado enquanto subo as escadas. O teto do corredor era todo de vidro e dava para ver as poucas estrelas que habitavam no céu, do meu lado direito tinha uma porta entre aberta e percebo que é um banheiro, dou alguns passos e tem outra porta.

- Como vou saber qual escolher, merda!! - Praguejo

Abro uma porta e tento achar o interruptor, quando acendo me surpreendo. Era uma sala de música com vários instrumentos e um lindo piano ficava no meio da sala, não consegui me conter, sentei-me e comecei a dedilhar as teclas.

Quando terminei de tocar umas das minhas músicas favoritas, ouvi palmas vindas da porta, levantei rápido e cobri meu rosto com as mãos.

- Você toca muito bem, Becker! Teve aulas com que idade?

- Cinco, queria aprender tudo que achava fascinante, ainda sou assim na verdade.

- Eu sei, gosto disso em você - Foi chegando perto e se sentou no banco - Você terminou seus estudos com quatorze anos, não é mesmo?

- Sim, posso possuir um QI um pouco elevado.

- Não seja modesta Becker - Diz rindo.

- Você também é um gênio, 30 anos e é um dos professores mais bem respeitado em Oxford e líder de uma grande pesquisa.

- É não posso negar - Diz abrindo um dos mais perfeitos sorrisos.

- Convencido! - Ele ri e começa a tocar uma música calma. Ele tocava muitíssimo bem!

- Droga! - levanta indo em direção a porta - Esqueci-me do macarrão - Diz se explicando enquanto sai pela porta - E você pode escolher o quarto a direita da porta grande e desce para jantar!! - Grita.

Vou em direção a porta do quarto no qual ele mandou e dou uma olhada na porta larga logo no final do corredor, fico curiosa para entrar nela mas desvio para porta da direita. O quarto era grande e com uma porta de vidro dando acesso a sacada, abro a porta e dou uma olhada ao redor, o jardim estava iluminado e tinha um lago mais acima. Tenho que ir lá ao amanhecer, fico ali admirando a paisagem até que escuto Helsten chamando e então desço.

- O cheiro está convidativo! - Digo chegando à cozinha.

- O gosto é ainda melhor, sente-se - Sento-me onde ele puxou a cadeira e ele se senta na cadeira da frente.

Hmm! Que macarrão delicioso!

- Pela sua expressão de prazer, acredito que tenha gostado.

- Está muito bom! Gostaria da receita.

- Você cozinha?

- Sim, sempre morei sozinha e peguei o gosto pela arte de cozinhar.

- Não darei! Mas se sentir vontade de comer, será um prazer fazer novamente - Esse é Helsten, sempre contando vantagens.

Conversamos coisas aleatórias enquanto terminávamos e assim que acabamos, levantei e retirei os pratos da mesa.

- O que está fazendo?

- Retirando os pratos para lavar! - Disse e me pergunto se não estava tão obvio.

- Deixa aí, depois a Senhora Stevens lava ou eu coloco na máquina de lavar.

- Eu não me importo, eu gosto de lavar.

- Becker teimosa - Ele fica do meu lado me observando - Você nem tocou no seu vinho - Disse mais para ele do que pra mim.

- Não sou acostumada a beber na casa de pessoas que mal conheço.

- Acho isso ótimo! Mas não te embebedaria e faria algo que você não queira - Suspirou - Quero que você esteja bem ciente quando fizermos - Deixei a taça de vinho escorregar da minha mão e quebrar quando bateu na pia.

- Jesus, Becker - Afasta minha mão da taça e lava para tirar o sabão e de um pequeno corte começa a sair sangue - Tente não parecer tão chocada da próxima vez - ele me senta na ilha e leva meu dedo na boca tentando estancar o sangue.

Gostaria de saber quando perdi minha habilidade de falar. Ele retira meu dedo da boca e olha para mim, vai chegando perto tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

- Amo a cor do seu cabelo - Diz colocando a mecha atrás da minha orelha, eu não faço movimento algum e então ele me beija...