Capítulo 14 - A Morte e o Sol.

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Link desceu uma escada na escuridão total até chegar à uma câmara. Era o lugar mais esquisito em que Link já havia pisado, era muito escuro, mas as paredes possuíam inscrições que brilhavam em cores miriadicas, ainda assim a luz de Navi era o que mais iluminava o cômodo... e iluminava mal.

Link deu um passo para frente e logo olhos vermelhos se acenderam ao seu redor, o garoto ficou estático.

- O que é isso? - ele sussurrou para Navi.

- São Keeses, morceguinhos mágicos muito chatos - Navi respondeu.

Os olhos dos Keeses se fecharam novamente.

- Acho que voltaram a dormir, talvez consiga derruba-los com o estilingue - Link deu a ideia.

- Certo, eu vou ilumina-los, assim você pode mirar sem problemas.

Link assentiu e a fada se afastou iluminando uma fileira de keeses. Link já estava com o estilingue na mão, mas naquele escuro precisaria de muita intuição para acertar seus alvos, viu que a melhor estratégia era atirar o máximo que pudesse. Logo os cinco keeses estavam no chão e desapareciam numa fumaça preta.

- Link, cuidado! - Navi gritou. - Atrás de você!

Link se virou e viu mais olhinhos vermelhos vindo na sua direção, se afastou e voltou a atirar, o último keese quase o alcançou, mas foi detido por um golpe da espada.

- Essa foi por pouco! - Link suspirou.

- Vamos andando, a porta da tumba deve estar do outro lado da sala - Navi ordenou.

Os dois continuaram a andar, Navi voava a frente iluminando o caminho enquanto Link percebia os ossos que apareciam de vez em quando no chão.

- Navi... Os mortos são simplesmente jogados aqui? - Link perguntou.

- Não, Link. Por que?

- Por que tem vários esqueletos aqui no chão...

- Link - a fada falou séria. - Não se mova.

Link iria perguntar o porque quando olhou para frente, Navi estava parada, sua luz iluminava um ser aterrorizante. Parecia um homem porém seu corpo era todo formado por músculos secos amarronzados, seus dedos eram longos finos e pontiagudos, sua posição era estranha ficava paralisado com os joelhos levemente dobrados, seu rosto era coberto por uma máscara de madeira que possuía dois buracos negros e profundos nos olhos e um na boca que permitia ver uma dentição podre pregada à uma gengiva vermelha totalmente a mostra. A criatura parecia olhar diretamente para Link.

A única parte que não estava paralisada era o braço direito que mantinha uma leve tremedeira.

Link tentou se manter parado, mas tremer de medo era inevitável. O garoto queria dar meia volta e ir embora dali, aquilo era sem dúvida o ser mais assustador que o garoto já vira.

- Navi, eu quero ir embora - Link sussurrou.

- Link, eu preciso que você me escute. Isso é um Remorto, com um simples olhar ele paralisa a sua vitima, se você sair correndo agora ele irá te matar...

- Eu sou um kokiri eu não morro... - Link interrompeu assustado.

- Link! As regras aqui são diferentes da floresta - Navi continuou séria. - Você precisa ficar calmo, está vendo o braço dele?

Link acenou levemente com a cabeça.

- Isso quer dizer que ele já notou nossa presença, porém ele ainda não despertou. Se você andar bem devagar conseguirá evitar que isso aconteça, tudo bem?

A Lenda de Zelda - A Ocarina Do Tempo. Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora