Os Tubiguaxaba - A Tribo Encantada

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Capítulo 1

- Eu descobri toda a verdade, você não me engana mais!

- Do que está falando, minha pequena serva?

- Eu não sou sua serva e você não é uma deusa! De alguma forma você nos enganou acerca disso durante todo esse tempo. Mas eu contarei a todos que você é apenas uma de nós!

O corpo de Makrina se contorceu e se ajoelhou sem que ela quisesse. Hagatar sorriu e se aproximou lentamente da garota.

- Acha que isso é mentira? Acha que não é poder? – Perguntou enquanto rodeava Makrina. - Eu sou sua deusa! – O corpo de Makrina caiu no chão e sua respiração estava pesada. Hagatar olhou-a de cima, mantendo uma expressão austera.

- Perdoe-me... – Implorou Makrina, tão ansiosa pelo ar que não conseguia respirar.

- Levante-se. – Com muito esforço a garota obedeceu. – Ajoelhe-se aos meus pés.

Makrina fez o ordenado. Ondas coloridas saíam de todo o seu corpo e se instalavam no corpo de Hagatar. Makrina se sentia vazia, mesmo que nada parecesse mudar enquanto aquele processo acontecia. Ao fim, ela se deitou no chão e respirou o máximo possível para compensar o tempo sem oxigênio.

- Sabe o que acabei de fazer, malcriada?

- Não, minha deusa.

- Eu absorvi toda a sua magia. – Makrina arqueou a sobrancelha, confusa. – Não importa. Basta saber que era apenas isso o que me interessava em você. Agora que tenho, posso puni-la como merece.

- Por favor, senhora. Eu a aceito como minha deusa novamente!

- Não é você quem decide se aceita ou não! E esqueça. Posso ser muito piedosa, mas há momentos que preciso ser um pouco rígida.

- Por favor, deixe-me compensá-la por meu erro! – Makrina gritava e suas lágrimas lavavam todo o seu rosto.

Hagatar olhou fixamente para ela e Makrina foi jogada contra o tronco que sustentava a cabana.

- Você cometeu uma falta muito grave...

Makrina ouvia seu coração pulsando como um tambor. Seu desespero era imenso. Seus olhos tremiam e pareciam querer saltar das orbitas, sua cabeça doía e sua respiração era rápida demais.

- Não doerá tanto.

Makrina perdeu sua respiração novamente. Sua voz não saía mais e todo o seu corpo ansiava pelo ar. Ela não voltaria a provar o sabor de respirar. O peito dela doeu e seu coração parecia estar se apertando. Até que o tambor parou e seus olhos fecharam. Seu corpo caiu sem cerimônia, não havia sequer uma gota de vida ali.

Hagatar sorriu. Sentia-se invencível e eterna, sentia-se uma deusa.

Akila prendia a respiração, seus lábios contraídos e olhos fechados. Ela observara tudo naquela cabana, vira sua deusa matar sua melhor amiga. Torcia para não ser encontrada debaixo daquela mesa.

Capítulo 2

Anderson observava cada milímetro daquele lugar com os olhos brilhando. As pessoas se vestiam com penas de flamingos e alguns outros pássaros, a cor rosa era predominante no corpo delas. Pensou que talvez eles gostassem daquela cor. Esses vestidos e calções eram muito bem feitos, de uma forma que esbanjavam do que era feito, mas que poderia se passar por uma nova moda de Nova York.

As casas dos tubiguaxabas eram feitas de árvores, algumas ainda vivas, e cobertas por folhas de várias plantas. As folhas pareciam minuciosamente unidas implicando em uma simetria sobrenatural. Anderson não parava de admirar aquele povo que, literalmente, vivia conectado à natureza.

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